Túnel do tempo

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Por Valéria França
Atualização:

Das 32 marcas que se apresentam nesta edição comemorativa de 15 da São Paulo Fashion Week, pelo menos dez estão desde o início-- quando evento ainda se chamava MorumbiFashion e ter uma semana de moda no Brasil era apenas um sonho de Paulo Borges. Entre as grifes veteranas, Lino Villaventura e Fause Haten, mostraram a coleção ontem. E hoje é a vez de Gloria Coelho. ?Eu sempre falei que o evento só daria certo se todo mundo entendesse a ideia e caminhasse no mesmo sentido, no de gerar um protagonismo?, diz Borges, o organizador do evento. ?As pessoas que trabalham na moda passaram a existir, houve uma profissionalização do setor e um desenvolvimento da imagem.? Na primeira edição do evento, na marquise do Parque do Ibirapuera, o investimento foi de apenas R$ 900 mil. Nesta edição foram gastos R$ 5 milhões. ?Tínhamos apenas uma camarim geral de beleza, que atendia a todas as grifes?, diz Ruy Furtado, diretor de desfiles. ?As modelos entravam na fila para se arrumar. E o evento inteiro contava com um cabeleireiro, Mauro Freire, e um maquiador, Duda Molinos.? Hoje, cada marca tem seu camarim para a troca de roupa e para maquiagem, assim como uma equipe diferenciada de profissionais para fazer o make up e o cabelo. TALENTO PROMISSOR Nesta época, Alexandre Herchcovitch ainda era um talento promissor. E Gisele Bündchen estava longe de ser uma celebridade internacional. ?As agências de modelos ainda não estavam tão profissionalizadas e não respeitavam os horários como hoje?, lembra o stylist Paulo Martinez. ?Os desfiles tinham até 40 minutos de duração. E atrasavam mais de uma hora para começar.? Hoje, as modelos não ficam em média de 5 a 7 minutos na passarela para mostrar cerca de 30 looks. Antes eram 90, e a quantidade de modelos no mercado era bem menor do que hoje. AS MODELOS O jeito de desfilar também mudou neste tempo. ?Elas paravam, punham a mão na cintura e ainda davam pivô?, diverte-se Martinez, que está entre os nomes que despontaram neste meio. Muitas profissões que não existiam foram surgindo no decorrer dos 15 anos, caso do stylist, ou na outra ponta, da coordenadora de camarim, uma espécie de gerente que organiza o fluxo e a distribuição das roupas das modelos. MODA VENDE MAIS ENTRETENIMENTO Para mim a grande diferença está na sala de imprensa", diz Gloria Kalil, do site Chic, que está há dez anos na web, com dois milhões de acessos mês."Em 2001, tive de alugar um ônibus para montar uma espécie de estúdio com internet. A sala de impresa só tinha máquina de escrever.Hoje há 116 micros e 2,4 mil jonalistas credenciados. Segundo Glória, moda vende mais entretenimento do que roupa. ?A moda hoje está na moda?, diz Adriana Bozon, estilista da Ellus. ?São muitas as pessoas que se interessam. Há várias faculdades.? Para ter uma ideia, a equipe de desenvolvimento de um produto da Ellus conta com quase 100 profissionais. ?Houve também uma evolução tecnológica muito importante.? Adriana lembra que no fim da década de 1990, a lycra começava a fazer parte do jeans. E era só na confecção feminina. Hoje, 95% do jeans que sai da fábrica tem lycra para dar conforto aos artigos. E este ano a Ellus desenvolveu um fio de jeans que brilha nos escuro. ?Hoje fazemos moda para o mundo.? Enquanto as grifes investem em pesquisa, Paulo Borges trabalha na evolução da semana de moda. ?No início, o que eu mais ouvia era se haveria a próxima edição.? A SPFW é o quarto evento de moda mais importante do mundo. E em junho cresce ainda mais. ?Teremos um salão de design que vai acontecer junto com a SPFW.?

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