Pelo menos 36 horas de aula, metade do corpo docente formado por professores com títulos de mestrado ou doutorado e monografia de conclusão de curso feita de forma individual são os principais requisitos para um curso poder ser considerado um MBA, segundo o Ministério da Educação (MEC). Isso porque, para a legislação, eles não são mais do que mestrados lato sensu, ou seja, aqueles que oferecem uma especialização ao aluno - em oposição ao stricto sensu, que dá título de mestre. Ainda assim, essas regras foram definidas em junho do ano passado, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Até então, as exigências eram menores e a confusão em torno do que um curso necessitaria para ser considerado um MBA aumentava junto com a proliferação de escolas oferecendo seus programas. "O MBA é um programa específico, com características próprias e voltado para um público restrito, apesar de a legislação considerá-lo apenas uma especialização", afirma Fábio de Biazzi, do conselho diretivo da Associação Nacional de MBA (Anamba) e responsável pelos MBAs do Ibmec São Paulo. "Portanto, para nós, as regras do ministério estão longe de atender as demandas dos MBAs. A Anamba foi criada para responder a isso", diz ele. Pela associação, um MBA precisa ter pelo menos 480 horas de aula, das quais 360 sobre ética, responsabilidade social, análises e teorias sobre mercados financeiros, gestão de operações, tecnologia da informação, economia, marketing e estratégia. Além disso, 75% do corpo docente deve ser titulado e 50% dos professores devem também trabalhar como executivos ou consultores. Outra exigência é o aluno ter pelo menos três anos de experiência profissional. "Usamos como referência para estabelecer esses padrões os institutos de certificação internacional, que são exigentes com os programas", complementa. Talvez por isso, apenas seis instituições levam hoje o selo da Anamba: Ibmec São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fundação Instituto de Administração (FIA), ESPM, Katz Graduate School of Business - University of Pittsburgh (que tem um núcleo de MBA em São Paulo) e Business School São Paulo (BSP). "O bom MBA precisa ter uma linha mestra para construir pontes entre os vários modelos de pensamento, assuntos e disciplinas", explica o diretor de programas corporativos e internacionais da Business School São Paulo (BSP), Armando Dalcoleto. "Porque um objetivo do MBA é capacitar um gerente, uma pessoa que ocupará um cargo de chefia, para exercer a liderança na implementação de projetos de alta complexidade, a partir de uma visão completa e abrangente", diz Richard Lucht, diretor dos cursos de pós da ESPM.