Diretor do mais renomado instituto de infectologia do País, o Emílio Ribas, David Uip, destaca que a transmissão entre humanos de um vírus influenza que atinge animais é o que mais assusta na epidemia atual. Veja a entrevista. O vírus é novo, reúne material de vírus humanos, de aves e porcos? Sim, mas a principal problema é a transmissão entre humanos. A situação agora é diferente da que tivemos com a gripe aviária. Naqueles casos, eram sempre situações em que a ave transmitiu o vírus para os humanos. O problema é o potencial de expansão? Exatamente. Por conta da facilidade de deslocamentos que existe hoje, é possível que o vírus se espalhe em horas, e não em meses, como aconteceu com a gripe espanhola. Quem estuda as epidemias sabia que isso iria acontecer, as proporções é que ainda são desconhecidas. Há leitos de isolamento suficientes se isso for necessário no Brasil? Temos leitos no PS e na UTI. Falar que é suficiente é sempre complicado, pois nunca sabemos quais serão as proporções do problema. Mas o importante é que temos treinamento, materiais e recursos humanos. Como podem ser classificados os casos recebidos pelo hospital? A priori nenhum dos dois casos é de gripe suína. As doenças virais têm um ciclo próprio, de 2 a 5 dias, e com o passar do tempo se esclarecem por si só. Amanhã (hoje) vamos discutir. O único dado que temos até agora que nos faz pensar sobre a gripe suína é o epidemiológico, o fato de os pacientes terem vindo do México. Mas não há ainda nada que permita dizer que a gripe chegou a SP (na noite de ontem, um dos casos foi descartado).
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