Pedra no sapato de Faustão, Rodrigo Faro diz não ser refém do assistencialismo

Apresentador comemora dois anos de seu programa no domingo, na Record, e almeja liderança

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O apresentador Rodrigo Faro comemora dois anos de seu programa na Record Foto: Edu Moraes|Rede Record

Uma das bandeiras levantadas pelo programa Hora do Faro, na Record, é a do assistencialismo. Histórias tristes e de superação são contadas no palco de Rodrigo Faro com bastante frequência e rendem boa audiência. Ironicamente, foi o retorno do quadro Vai Dar Namoro, com a participação de Marcelo Rezende, que o fez derrotar o Domingão do Faustão no dia 27 de março e assumir o primeiro lugar no Ibope.

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Os programas se enfrentaram entre as 17h59 e as 19h29 e Faro levou a melhor, com 14 pontos na Grande São Paulo (cada ponto equivale a 69,4 mil domicílios), enquanto Faustão obteve 12 pontos. A média geral foi mais favorável ao apresentador da Globo, que marcou 14,4 contra 11,3 da Record.

"Eu e meu programa não estamos reféns do assistencialismo. Ele representa apenas 30% de tudo o que fazemos", disse ao E+. "Você pode reparar que cada domingo temos uma pegada diferente. Se em um dia contamos histórias tristes e de superação, no outro pode ter certeza que será mais alto-astral. Ajudamos pessoas que passam por necessidades, mas também fazemos muitas brincadeiras no palco, trazemos artistas para cantar, fazemos entrevistas com famosos, e agora tivemos a volta do Vai Dar Namoro, que levou nossa audiência lá para cima", comenta.

A reportagem acompanhou parte das gravações do programa que irá ao ar neste domingo (10) e viu duas histórias tristes acabarem com finais felizes. A primeira delas foi o retorno de Loemy Marques, ex-modelo que foi parar na Cracolândia, mas acabou resgatada por Faro e sua equipe em novembro de 2014. No palco, ela mostrou a evolução de seu tratamento, reencontrou a família e ganhou diversos prêmios.

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Rodrigo Faro em seu camarim com os prêmios recebidos no Troféu Imprensa Foto: Edu Moraes|Rede Record

O segundo caso apresentado foi o de uma carroceira que cria os filhos sozinha, levou um golpe de um falso investidor e contraiu dívidas com agiotas. Passou por uma enorme transformação no visual, tomou um banho de loja e saiu de lá com diversos prêmios (que somavam mais de R$ 100 mil) e uma nova perspectiva de vida.

"O que fazemos é mais que um programa de televisão, é uma questão de cidadania. Eu sei que não vou mudar o mundo, mas posso ajudar a melhorar a vida de algumas pessoas. E tem a tal da lei do retorno. Essa carroceira que esteve hoje no programa, eu sei que ela vai chegar em casa tão feliz e tão renovada, que certamente vai rezar bastante por mim. É só energia boa. Fazer o bem só traz bem de volta", filosofa Faro.

O trabalho assistencialista não para quando as câmeras são desligadas. Atualmente, Rodrigo Faro tem sua imagem ligada a dez instituições, como o Hospital do Câncer de Barretos e o Graac, e promove campanhas para todos eles ao longo do ano. "É algo que eu faço por prazer e não fico divulgando para a imprensa, só estou falando agora porque você me perguntou sobre isso. Não quero tirar proveito pessoal nenhum em cima disso, meu objetivo é simplesmente ajudar."

Briga pela audiência

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Chamado às pressas pela Record para ocupar o horário deixado por Gugu, Rodrigo Faro teve como solução imediata transferir o extinto O Melhor do Brasil de sábado para o domingo. Mas a audiência não respondeu muito bem e o programa amargava o terceiro lugar com frequência, atrás de Faustão (Globo) e Eliana (SBT).

Em abril de 2014, nasceu o Hora do Faro, com novos quadros, novo cenário e nova dinâmica. Atualmente, é vice-líder há nove meses consecutivos, com ampla vantagem sobre a terceira colocada, Eliana, e bastante colado no líder, Faustão.

"Toda vez que conquisto um objetivo, traço outro logo na sequência. Foi assim quando deixei a Globo e vim para a Record para realizar meu sonho de ser apresentador e quando pensei na remota possibilidade de ter um programa de auditório no domingo. Hoje a minha meta é ser líder de ponta a ponta (do início ao fim do programa), mas sei que é muito difícil. Quero que essa liderança esporádica seja permanente, mas mantendo o programa do meu jeito, sem vender a minha alma e fazer algo que eu não gosto, por obrigação", diz.

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