A carreira de cinco atletas que disputaram a Olimpíada de Pequim corre perigo. As amostras B (contraprova) dos exames antidoping também deram resultado positivo para o Ativador Contínuo de Receptor de Eritropoietina (CERA), substância proibida pelo Comitê Olímpico Internacional. A informação, divulgada pela agência de notícias Associated Press, deve ser confirmada nos próximos dias. O principal nome entre os envolvidos é o de Rashid Ramzi, marroquino que defendeu o Bahrein e foi medalha de ouro na prova dos 1.500 metros. Outro nome conhecido é o do ciclista alemão Stefan Schumacher, que já disputou a Volta da França, evento no qual venceu duas etapas no ano passado, mas foi desclassificado também por doping. Ele tem a companhia do ciclista italiano Davide Rebellin, medalha de prata na prova de estrada em Pequim. Os outros competidores flagrados em provas dos Jogos são a corredora croata Vanja Perisic e a marchista grega Athanasia Tsoumeleka - nenhuma ganhou medalha. A pesista dominicana Yudelquis Contreras seria a única atleta inocentada da acusação de doping pelo resultado da contraprova. O COI espera audiência com os acusados, a ser realizada no fim do mês, para em seguida anunciar o resultado oficial e as punições. Confirmados os casos de doping, os envolvidos não só perderão as medalhas conquistadas em Pequim como poderão ser impedidos de disputar os Jogos de Londres, em 2012. Uma regra adotada pela entidade máxima do esporte antes do evento na China determina que atletas flagrados em doping durante uma olimpíada, e suspensos por mais de seis meses pela infração, não poderão participar da próxima edição do evento. As suspensões são, em média, de dois anos. No caso de Ramzi, quem herdaria a medalha de ouro nos 1.500 metros seria o queniano Asber Kiprop, com a prata para o neozelandês Nicolas Willis e o bronze para o francês Mehdi Baala. No ciclismo, a prata de Rebellin iria para o suíço Fabian Cancellara e o bronze para o russo Alexander Kolobnev. CERA A CERA, uma versão mais sofisticada da Eritropoietina (EPO), aumenta o número de glóbulos vermelhos no sangue e, por consequência, estimula uma melhor distribuição de oxigênio no organismo, o que beneficia principalmente os competidores de provas de resistência, como corredores e ciclistas de longa distância. A substância foi descoberta após os Jogos de Pequim. A vantagem da CERA é que ela fica mais tempo no organismo que a EPO: metade da substância ativa do primeiro material continua no corpo 134 horas após a aplicação, contra 40 do segundo. OS FLAGRADOS Rashid Ramzi (Bahrein) 1.500 metros Davide Rebellin (Itália) Ciclismo de Estrada Stefan Schumacher (Alemanha) Ciclismo de Estrada Vanja Persic (Croácia) 800 metros Athanasia Tsoumeleka (Grécia) Marcha