Ano de 2015 é marcado pelo adeus de algumas lendas do esporte

Em julho, uruguaio Ghiggia morreu 65 anos após o Maracanazo

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Por Redação

Em 16 de julho de 1950, o uruguaio Alcides Ghiggia assombrou o mundo, ao calar o Maracanã na final da Copa do Mundo, e em 16 de julho de 2015, no 65º aniversário daquela decisão, o protagonista morreu, marcando ainda mais um ano de perdas de lendas do futebol, e também de tragédias no esporte.

Carrasco que ganhou respeito de cada um dos brasileiros, o ex-ponta não resistiu a um enfarte agudo do miocárdio e morreu em Montevidéu aos 88 anos, mesma cidade em que nasceu e onde começou a se notabilizar, com a camisa do modesto Sud América - em seguida, se transferiu para o Peñarol.

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Ghiggia, aos 34 minutos do segundo tempo da decisão da Copa do Mundo de 1950, marcou o segundo gol uruguaio, que decretou o placar de 2 a 1, e deu o título para os uruguaios, sobre um anfitrião, Brasil, que jogada pelo empate diante de quase 200 mil pessoas.

Dois anos atrás, durante duelo entre a Celeste e a Jordânia, pela repescagem intercontinental para o Mundial de 2014, o ex-jogador foi homenageado com a transmissão do lance que o eternizou para um lotado Estádio Centenário, como parte das gravações de um documentário sobre aquela decisão.

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O Brasil não vencera naquele ano, mas seria campeão já em 1958 e bi em 1962, em ambas com José Ely de Miranda, o Zito, que morreu aos 82 anos, em 14 de junho desse ano, em decorrência de um AVC. Primeiro, o meia do Santos ganhou espaço junto com Pelé, Garrincha, em uma mudança no time-base que alterou os rumos do futebol do país.

Quatro anos depois, já como líder incontestável, fazendo jus ao apelido de Gerente, ganho no Santos, em uma equipe que superou a ausência de Pelé. Pelo Peixe, o craque ainda conquistou duas Taças Libertadores e dois Torneios Intercontinentais.

Outro que fez dobradinha das competições internacionais de clube, o lateral-esquerdo Dalmo, morreu em 2 de fevereiro desse ano, em decorrência de uma infecção bacteriana, assim como o ex-companheiro, também com 82 anos.

Melhor jogador da Europa em 1962, autor do primeiro gol da Checoslováquia sobre o Brasil, bem que Josef Masopust tentou se tornar carrasco dos então campeões mundiais, mas a virada, com gols de Amarildo, Zito e Vavá, impediu que o craque conseguisse dar o título mundial para seu país.

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O reconhecimento da lenda, no entanto, veio com o passar dos anos, com direito a título de melhor jogador da República Checa em todos os tempos, concedido no Jubileu da Uefa, em 2003. Masopust, que também foi técnico, morreu aos 84 anos, em 29 de junho.

A família de outra lenda do futebol, Franz Beckenbauer, por sua vez, conviveu com o drama da perda de Stephan, filho do 'Kaiser', que também tentou a carreira de jogador e trabalhava atualmente como técnico nas divisões de base do Bayern de Munique, em 31 de julho, vítima de um tumor no cérebro.

Nome histórico do próprio clube bávaro, também do Borussia Mönchengladbach e do Barcelona, o técnico Udo Lattek morreu aos 80 anos, em 31 de janeiro. Dono de três títulos continentais, um deles da Copa Europeia (atual Liga dos Campeões), em 1984, com o Bayern, o alemão sofia de Mal de Parkison e demência.

O ano de 2015 ficou marcado também pelo trágico acidente que matou três esportivas franceses e mais sete pessoas, na Argentina, no dia 9 de março. Dois helicópteros se chocaram no ar, durante viagem de transporte do grupo que participava da gravação de um 'reality show'.

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Entre as vítimas figuraram a nadadora Camille Muffat, de 25 anos, campeã olímpica dos 400 metros livres nos Jogos de Londres, o boxeador Alexis Vastine, de 28, medalhista de bronze na categoria até 64 quilos dos Jogos de Pequim, e a velejadora Florence Arthaud, de 57 anos.

Tragédias também voltaram a acontecer nas pistas, como na morte do britânico Justin Wilson, em 24 de agosto, um dia depois das 500 Milhas de Pocono, pela temporada da Fórmula Indy. O ex-piloto de Minardi e Jaguar na Fórmula 1 foi atingido na cabeça pelo pedaço do carro do americano Sage Karam, e faleceu em consequência dos ferimentos causados pelo impacto.

Também nos Estados Unidos, dois pilotos espanhóis, Dani Rivas e Bernat Martínez morreram após um acidente ainda nos primeiros metros de disputa de prova da Superbike, em Laguna Seca. A moto de Rivas, de 27 anos, não arrancou por falha mecânica e ele foi atropelado pelos pilotos que vinham atrás, entre eles Martínez, de 35, que também se feriu gravemente e não resistiu.

Neste ano, também chegou ao fim a dolorosa batalha do francês Jules Bianchi pela vida. Em 17 de julho, pouco mais de nove meses após acidente no Grande Prêmio do Japão de Fórmula 1, o piloto não resistiu, na primeira morte em decorrência de colisão na pista na categoria, desde a de Ayrton Senna, em 1994.

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Tragédias fora das práticas esportivas também ocorreram em 2015, como a que se abateu sobre o promissor volante belga Junior Malanda, que defendia o Wolfsburg. O futebolista morreu em 10 de janeiro, vítima de um acidente automobilístico na Alemanha.

A ex-nadadora Sarah Correa, medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 2011, e ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2010, morreu em 2 de maio, um dia depois de ser atropelada em um ponto de ônibus na zona oeste do Rio de Janeiro.

O surfista Ricardo Santos, que em 2012 chegou a eliminar o australiano Kelly Slater de uma bateria da elite da modalidade, foi assassinado a tiros em 20 de janeiro, após uma discussão na frente de casa, na praia da Guarda do Embaú, em Santa Catarina. O acusado é um policial militar.

A goleira da seleção brasileira feminina de hóquei, Inge Vermeulen, que vivia na Holanda, tendo também defendido a seleção do país, foi encontrada morta em casa, aos 30 anos, na cidade de Utrecht, em 10 de janeiro. As causas não foram reveladas.

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O ano também foi de despedidas para Carlinhos, ídolo da torcida do Flamengo pelas passagens como jogador e técnico, o argentino Agustín Cejas, ex-goleiro de Santos e Grêmio, Valmir Louruz, campeão da Copa do Brasil com o Juventude, o ex-presidente do São Paulo Juvenal Juvêncio.

Também morreram o francês Jean-Pierre Beltoise, ex-piloto de Fórmula 1, Earl Lloyd, primeiro negro a atuar na NBA, Flip Saunders, ex-comandante do Minnesota Timberwolves e Detroit Pistons, e o neozelandês Jonah Lomu, um dos maiores jogadores de rúgbi de todos os tempos.

 

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