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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Quer dizer que o líder da Chechênia é bom de bola?

É complicado para minha pequena inteligência processar como naturais os dois gols que Ramzam Kadyrov, o comandante da Chechênia, marcou para o combinado de seu país no jogo com veteranos brasileiros na terça-feira em Grozny. O líder da república que tenta separar-se da Rússia também perdeu um pênalti, segundo relatos das agências internacionais de notícias e pelo resumo que consegui ver no Youtube.

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Que participação extraordinária do comandante militar, 34 anos, diante de feras como Dunga, Cafu, Djalminha, Romário, Bebeto, Raí, Zinho ... Vai jogar bem assim lá na Chechênia! Apesar do empenho incomum do chefe, a equipe perdeu por 6 a 4. Ele marcou o segundo, quando empatou por 2 a 2, e o quarto (o Brasil já havia feito os seis). Um pênalti Kadyrov chutou para fora. O governante e Zetti foram os únicos a jogar com calça de agasalho comprida.

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Numa breve entrevista ao serviço em inglês da TV Aljhazira, Denilson disse que se sentia feliz por participar de uma partida que levara alegria para um país que passou por "uma guerra, muitos anos atrás" e que estava sendo reconstruído. Futebol humanitário e desprendido. Vendeu-se a ideia de que os ex-atletas foram de graça para aquela região, pois em troca o governo checheno faria doações para as vítimas das enchentes no Rio. O deputado Romário, no entanto, revelou que abriu mão do carnaval porque a proposta foi compensadora. Viva a sinceridade.

A Chechênia é peça complicada no xadrez político e econômico da Rússia. É uma região rica em petróleo e gás, com um forte sentimento de independência. Nos últimos anos, vários foram os atentados terroristas atribuídos a grupos separatistas locais, que igualmente sofrem perseguição implacável do governo central russo. Kadyrov está no poder há cinco anos, com o respaldo de Vladimir Putin, presidente russo, e governa com mão pesada. Opositores dizem que ele não defende mais a causa do separatismo.

Eu só sei de uma coisa: mais uma vez o esporte é usado como propaganda por poderosos de plantão. E jogadores (no caso, veteranos) de novo aceitam entrar nesse tipo de jogo. Raros são os que têm claras ideias políticas, mesmo contrárias às nossas.

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