Na véspera da 79ª Corrida Internacional de São Silvestre, o doping de Marizete foi o principal assunto entre os atletas, hoje, na entrevista coletiva no Hotel Qualitty, nos Jardins. A reação dos atletas brasileiros foi atípica, se comparada à surpresa para os casos da saltadora Maurren Magi (suspensa pelo uso de Clostebol), Elisângela Adriano, do lançamento do disco e do arremesso do peso, que teve doping positivo constatado para Nandralona na Universíade realizada na Espanha, antes dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg/99, onde ganhou o ouro. Ela ficou um pouco mais de um ano suspensa. O caso da Marizete não parece ter causado nenhuma surpresa. "Nós fazemos de tudo para levantar o nome do atletismo brasileiro e nos submetemos a exames antes e depois da prova. Quem usa substâncias proibidas tem de pagar por isso", disse Maria Zeferina Baldaia. Sirlene de Pinho, vice-campeã da Volta da Pampulha, sentiu-se constrangida. "Foi uma notícia muito triste, porque sempre admirei muito a Marizete", falou. O discurso foi parecido, todos estavam cientes de que a CBAt está agindo seriamente. "A gente fica mal, claro, é uma coisa horrível para o atletismo brasileiro. Mas também não podemos acobertar as coisas erradas", disse o novato Franck Caldeira, 20 anos, que venceu a Volta da Pampulha. Marílson dos Santos, vice-campeão da prova no ano passado, foi mais cauteloso: "o assunto é crítico, mas ela não pode ser ?apedrejada?. O caso mostra que a CBAt está fazendo o seu papel." De acordo com a Assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Atletismo, nenhum comunicado oficial foi enviado à entidade. A CBAt só vai se pronunciar depois que recebê-lo.
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