Bahrein tem até 1º de maio para garantir GP

FIA decidiu ontem em Paris dar um prazo ao governo da nação árabe e criou grupo de estudo [br]para modificar as pistas

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O príncipe Salman bin Al Khalifa tem até o dia 1.º de maio para dar garantias à FIA de que seu país, Bahrein, poderá receber, ainda neste ano, a etapa do campeonato cancelada por causa dos conflitos políticos. Foi o que o Conselho Mundial da entidade decidiu, ontem em Paris, dentre outras deliberações. E se o governo bareinita responder positivamente, é provável que o GP do Brasil mude de data: passará de 27 de novembro para 4 de dezembro.A prova no circuito de Sakhir, no Bahrein, deveria abrir a temporada, no domingo, mas em razão das manifestações populares no mundo árabe, o próprio príncipe solicitou o cancelamento da corrida. Mas há indícios de que as lideranças oposicionistas aceitaram dialogar: a situação se acalmou. Daí a FIA e o promotor da F-1, Bernie Ecclestone, deixarem em aberto a possibilidade de o evento ser ainda realizado. O arranjo planejado por Ecclestone é reincluir o GP do Bahrein dia 20 de novembro, uma semana depois da etapa de Abu Dabi, pela proximidade das duas nações. O GP do Brasil seria no domingo seguinte, 27, mas três GPs em três fins de semana seguidos criaria problemas logísticos complexos. Daí a possibilidade de a corrida de São Paulo ser transferida para 4 de dezembro. A probabilidade maior, no entanto, é o GP do Bahrein não ser realizado.Outra importante decisão da FIA, ontem, foi a criação do Grupo de Desenho de Circuitos. Representa uma grande novidade. Vai estudar como modificar alguns traçados, a exemplo de Yas Marina, em Abu Dabi, e Catalunha, Barcelona, dentre outros, a fim de que possam ser criados pontos de ultrapassagem. Vale lembrar que a decisão do campeonato do ano passado foi amplamente influenciada pela impossibilidade de Fernando Alonso, da Ferrari, ganhar a posição de Vitaly Petrov, da Renault.Este ano a FIA introduziu o sistema de recuperação de energia (Kers)e o aerofólio traseiro móvel para, da mesma forma, aumentar a possibilidade de ultrapassagens. Os testes da pré-temporada, no entanto, estão sinalizando que essas manobras deverão acontecer muito mais por causa do desgaste excessivo dos novos pneus do que em razão das medidas. O principal motivo de as corridas tornarem-se uma procissão de carros, no entanto, as abusivas liberdades aerodinâmicas não são quase nunca atacadas pela FIA. E elas custam muito e pouco contribuem para a evolução dos veículos de série.Mais novidades: quando o safety car entrar na pista, os pilotos tinham de passar a percorrer o circuito numa velocidade cerca de 40% maior da normal, para aumentar a segurança e evitar serem favorecidos, dependendo da distância da entrada dos boxes em que se encontravam. Agora serão duas voltas e não apenas a da entrada do safety car. E as luzes de saída dos boxes, nessa condição, permanecerão sempre verdes. Foi definido, ainda, que as equipes poderão usar os treinos livres da manhã de sexta-feira e sábado para testar novos pneus para a Pirelli.DESDOBRAMENTOSPerda: se o GP do Bahrein não for realizado, a F-1 deixará de receber no mínimo US$ 35 milhões (R$ 60 milhões)Transferência: No caso pouco provável de a corrida vir a ser disputada neste ano, há a possibilidade de o GP do Brasil ser transferido de 27 de novembro para 4 de dezembroPerspectiva: Criação do Grupo de Desenho de Circuitos, anunciada ontem, deverá rever pistas como a de Abu Dabi e Barcelona, dentre outras, de ultrapassagens quase impossíveis

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