Bom para a natação, mas talvez não tão bom para Thorpe

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O anúncio da volta de Ian Thorpe depois de meses de incertezas e muitos treinos secretos é, sem dúvida, uma boa notícia para a natação, afinal o esporte precisa sempre de ídolos para inspirar as novas gerações. Só não se sabe se a iniciativa será boa para Thorpe. Retomar a carreira depois de uma história vencedora é decisão arriscada. Pode resultar em um final feliz como o do surfista Kelly Slater, que voltou para quebrar recordes e recordes, ou pode colocar em risco a posição de ícone, como tem sido até agora com o piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher. O certo é que a única coisa a favor de Thorpe, além de seu inegável talento, é o fato de a Federação Internacional de Natação (Fina) ter banido os maiôs tecnológicos, de forma que o esporte teve de retroceder. Contra, Thorpe terá a idade, a necessidade de se adaptar ao progresso de seu esporte e à incógnita de saber quais os efeitos de quatro anos de afastamento no corpo de um nadador. Também haverá a pressão. Na última Olimpíada, em Pequim, a natação australiana não mostrou o mesmo brilho de outras edições - os homens não conquistaram sequer uma medalha de ouro - e, com certeza, haverá a cobrança para que Thorpe ajude a natação de seu país a reconquistar os momentos de glória. Quanto a desafiar Cielo, só depois que todos os desafios acima forem superados. É JORNALISTA DO "ESTADO"

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