Brasileiro vive aventuras em Atenas

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Por Agencia Estado
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Mesmo com os preços em euro, alguns brasileiros arriscaram vir para Atenas acompanhar os Jogos Olímpicos em um sistema paralelo aos oficiais, via agências de viagem, que chegaram a pacotes de US$ 20 mil. Maurício, que está morando em Brasília, foi um deles. Juntou dinheiro por dois anos, planejou fazer uma "aclimatação" nos Jogos Pan-Americanos de São Domingos/2003, preparando-se para sua primeira Olimpíada. Há oito meses iniciou a corrida atrás de passagens, acomodação e ingressos. Primeiro, decidiu não pensar em preços, mesmo porque de nada adiantaria. Se fosse para ficar convertendo tudo em reais, pensando em economizar aqui e ali, não viria. Depois, não acreditava que uma água pudesse custar R$ 20, como alguns "terroristas" começaram a espalhar (na verdade, o preço da garrafinha fica entre 50 centavos de euro a dois euros, ou quase oito reais - nada barato, mas menos da metade do "previsto"). Maurício também falou com "uma amiga do amigo da amiga" e descobriu uma senhora de 80 anos disposta a alugar quartos em sua casa, uma pouco afastada do centro mas nada que metrô e ônibus não possam resolver para ir aos locais de competição. Ficou ainda mais animado quando "dona Geórgia" mandou avisar que estava esperando o brasileiro com a mesa posta e toda aquela quantidade de pratos mediterrâneos... De cara, o brasileiro foi atrás dos ingressos das cerimônias de abertura e de encerramento, os mais concorridos e também os mais caros - ? 800, cada um. Vai tentar comprar ingressos por aqui de vôlei, atletismo, natação... Não deverá ser difícil, porque os organizadores admitem que nem o "boom de última hora" aumentou muito a procura de bilhetes (até agora, teriam sido vendidos apenas 52% do total). No fim de tudo, Maurício ainda vai tentar ficar alguns dias na Grécia, talvez visitar alguns sítios arqueológicos. Se um vem para passear, outros vêm para trabalhar. Engenheiro elétrico de Santa Catarina, Clóvis inscreveu-se há um ano como voluntário - calcula que existam uns 20 brasileiros trabalhando para os Jogos, em Atenas. Recebeu resposta perto do Natal confirmando sua participação, "mas depois perderam tudo" e quase o brasileiro não viaja. Suas três opções assinaladas para trabalhar - de preferência com o público - foram deixadas de lado. Está no setor de publicação de resultados no Main Press Center, o centro de imprensa principal. Voluntário tem de pagar passagem e arrumar acomodação. Só ganha tíquetes para comida. Nesta semana, ganharam um brinde muito especial: assistir a dois ensaios da cerimônia de abertura. Mas ainda assim trabalhando: serviram de "dublê de público" para testes de fluxo de entrada e saída dos espectadores na sexta-feira.

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