Com Luizomar de Moura era assim em Osasco. Para ele algumas palavras só existiam no dicionário. Reconhecimento, era uma delas.
Gerente, técnico e muitas vezes psicólogo. É essa a rotina desde 2005 quando o treinador saiu de Campos, após o terceiro lugar na Superliga, para assumir o gigante Osasco.

O título no primeiro ano como técnico no Flamengo em 2001 era até então o que ele tinha de mais valioso no currículo. A rápida ascensão chamou atenção dos dirigentes da CBV, Confederação Brasileira de Vôlei, e não demorou para Luizomar ser convidado para trabalhar nas categorias de base da seleção feminina onde brilhou e foi campeão mundial infanto e juvenil.
Hoje, talvez por razões políticas, não está mais inserido no processo. Nem ele e nem nomes vitoriosos Marcos Lerbach, Percy Onken, Rizola entre outros.
O que não se pode discutir, quando o assunto é clube, é a importância dele para a sobrevivência do projeto em Osasco. Guardadas as devidas proporções, ele está para Osasco, assim como Bernardinho para o Rio, no quesito identificação.
Em 2009, quando a direção do Finasa anunciou a extinção da equipe adulta, foi Luizomar, junto com o prefeito, que negociou com empresários e garantiu a permanência da equipe.

Esse ano a história de repetiu e Osasco novamente sobreviveu.
Em 13 anos como técnico ganhou todos os títulos possíveis pelo clube. Curioso é que só agora, Luizomar de Moura, que jamais foi unanimidade entre os torcedores, começa a ter seu trabalho reconhecido por parte da fanática torcida.
É nítido o amadurecimento do treinador.
Luizomar teve que mudar sua maneira de agir no dia a dia e nos treinamentos. Ganhou personalidade, experiência e principalmente coragem.
Esse reinício não foi fácil e mesmo sem Hooker, Osasco foi finalista do estadual vendendo caro o título para Bauru em duas partidas decididas no tie-break. O maior exemplo dessa nova relação entre ele e a torcida foi o reconhecimento dos torcedores que aplaudiram o time e também o treinador mesmo após a perda do título paulista.
Luizomar adquiriu respeito das jogadoras que por ele são comandadas, resultado que se reflete no crescimento de Mari Paraíba e principalmente Leyva.
Com o time completo, a história foi diferente, e Bauru não resistiu em jogo válido pela segunda rodada e destaque especial para a peruana.
Luizomar aprendeu que confiar é bom e desconfiar é melhor ainda.