O Comitê Olímpico Internacional (COI) rejeitou oficialmente nesta segunda-feira pedidos feitos por 15 atletas russos que almejavam ganhar convites para estar presentes nos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam na próxima sexta-feira, em PyeongChang, na Coreia do Sul.
Os atletas em questão passaram a ser liberados para competir depois que a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) que retirou a suspensão de 28 russos flagrados em exames antidoping. Na última quinta-feira, o máximo tribunal esportivo mundial decidiu cancelar a sanção por considerar que não havia provas suficientes contra eles de que se beneficiaram do uso de substâncias proibidas.
A decisão da CAS não foi bem recebida pelo COI e seu presidente, Thomas Bach, que criticou publicamente o "perdão" concedido aos atletas e ainda viu o tribunal ordenar a devolução de sete medalhas olímpicas da Rússia, obtidas nos Jogos de Inverno de Sochi em 2014, incluindo o ouro no skeleton masculino e no esqui cross-country masculino, na categoria de 50 quilômetros. Outros onze atletas foram declarados culpados por doping, mas viram seus banimentos por toda a vida reduzidos a sanções temporárias que só afetam a participação nesta próxima Olimpíada.
O COI, porém, recusou os pedidos por convites feitos por estes 15 russos, sendo que entre eles estão 13 atletas em atividade e dois competidores aposentados que agora atuam como treinadores. Eles estão entre os 28 nomes que tiveram suas suspensões por doping revogadas pela CAS na quinta-feira passada.
Por meio de comunicado divulgado nesta segunda-feira, o COI ressaltou que "a decisão da CAS não acabou com a suspeita de doping ou deu ao painel (de julgadores da entidade) suficiente confiança para recomendar que os 13 esportistas possam ser considerado limpos".
Já ao se referir aos dois treinadores, o COI ressaltou que os convites pedidos pelos treinadores não poderiam sequer serem considerados, tendo em vista provas de envolvimento com doping que já foram apresentadas contra os mesmos anteriormente.
Ao comentar a decisão da CAS no último sábado, Thomas Bach classificou o episódio como "extremamente decepcionante". "No COI, nós nunca poderíamos ter esperado isso", declarou Bach neste domingo em PyeongChang, na Coreia do Sul. "Nós sentimos que esta decisão mostra a necessidade urgente de reformas na estrutura interna da CAS."
Bach informou ainda que uma comissão independente, liderada pela ex-ministra do Esporte da França, Valérie Fourneyron, vai revisar os casos e fazer uma recomendação sobre a situação destes atletas russos. Bach disse que uma decisão final deverá ser tomada "nos próximos dois dias".
O COI convidou 169 atletas russos a competirem em PyeongChang como "Atletas Olímpicos da Rússia", mas sob uma bandeira neutra, sem representar oficialmente o país. O porta-voz da entidade, Mark Adams, no entanto, disse que o comitê tem o direito de rever e apelar contra a decisão da CAS.