Durante os 90 minutos de uma partida de futebol, em média, um jogador corre 10km. E um dos segredos para manter a forma do elenco é investir na prevenção de lesões. O Fluminense, por exemplo, abriu junto com a healthtech brasileira Avanutri, o Centro de Recovery no final de 2021, primeiro para a base, e agora para o time principal. E as lesões caíram de 44 para 33 em um ano. Em São Paulo, a Clínica Pace, referência no mercado de fisioterapia esportiva, incorporou essa tecnologia no seu serviço de recovery para atletas amadores e do alto rendimento. Mas o que faz essa tecnologia verde-amarela na recuperação?

A Avanutri desenvolveu o Sistema Cryo Sport, produto que associa a crioterapia (submeter o corpo a baixas temperaturas, a famijerada banheira de gelo) e compressão ativa (a famosa botinha) em um único equipamento. O diferencial do produto é a criocompressão com monitoramento da temperatura em tempo real, oferecendo maior eficiência e segurança ao fisioterapeuta nos tratamentos. Pesquisas científicas apontam que a técnica de criocompressão, utilizada no Cryo Sport, reduz edema, dor e período de recuperação pós-trauma, além da melhora da circulação sanguínea. Um estudo do Centro Hospitalar da Universidade de Toulouse, na França, evidenciou que a crioterapia combinada com compressão dinâmica intermitente (CDIC) diminui o risco de lesões e a necessidade de uso de medicamentos analgésicos. O estudo ainda mostrou uma melhora significativa do joelho dos participantes (57% atingiriam uma melhor flexão).
Para o Prof. Manoel Coutinho, fisiologista do esporte, doutorando em Educação Física e consultor da Avanutri, essas técnicas de recovery são fundamentais para a melhora do rendimento. "O acesso a tecnologias e tratamentos novos é importante para o atleta ter longevidade e qualidade na performance. Esses recursos são instrumentos que auxiliam o atleta profissional ou amador a se recuperar em um período mais curto", destaca o especialista. Ele acrescenta que o uso desses produtos para recuperação dos músculos fadigados pelos exercícios físicos estão se tornando ainda mais essenciais devido ao grande número de lesões que atletas amadores sofrem. Entre elas: luxação, distensão muscular, fraturas por estresse e movimentos repetitivos, lombalgia.

Fisioterapeuta e corredor amador, Kaio Santos afirma que o recovery, quando feito no pós-treino, minimiza os impactos da corrida como as micro lesões musculares. "É uma combinação que ajuda a evitar frustrações durante a periodização para alguma prova. O recovery com foco nos treinos, fortalecimento muscular e alimentação saudável te dará longevidade no esporte, te deixando apto a sempre manter-se em alto nível de condições físicas", afirma Santos.
"A demanda física do atleta amador e profissional durante a prática esportista é a mesma, cada um com sua intensidade e dentro da sua possibilidade. A diferença é o que você faz antes e depois da prática esportiva", acrescenta Paulo Szego, sócio da Clínica Pace e especializado em fisioterapia esportiva e ortopédica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).