O GP da Austrália foi só o segundo da temporada, mas os chefes de equipe já começaram a coçar a cabeça sobre a validade da proibição de reabastecer durante as corridas. "É cedo para chegarmos a uma conclusão. Mas, se for comprovado que o show piorou em vez de melhorar, temos de voltar a permitir o reabastecimento", diz Patrick Head, sócio e diretor da Williams. O objetivo de fazer os carros largarem com gasolina para completar a corrida foi o de evitar que as ultrapassagens fossem realizadas nas operações de pit stop. "As equipes hoje planejam como ganhar a posição de um adversário na estratégia e não com o seu piloto, durante a corrida, tentando a ultrapassagem na pista", explicou o ex-presidente da FIA, Max Mosley, o mentor da ideia. Não é o que se tem visto na competição."Nós descobrimos o ritmo permitido no começo da prova com o tanque cheio e vamos assim até o fim, não há variação, não há graça alguma nisso", opinou Michael Schumacher, da Mercedes, com a autoridade de seus setes títulos mundiais. E outro piloto alemão, Sebastian Vettel, da Red Bull, pensa de maneira semelhante: "Você gostou de ver os carros tão mais lentos no começo das corridas? Eu não. Nós preferimos sempre tirar o máximo que o carro dá, como era, com menos gasolina no tanque."Voltar a permitir o reabastecimento de gasolina tem implicações sérias no orçamento dos times. "Nós já investimos muito dinheiro para conceber os carros, a forma de encarar a disputa, e com a mudança teríamos de fazer tudo de novo para 2011, sendo que em 2013 a Fórmula 1 terá uma revolução", comenta Giorgio Ascanelli, diretor técnico da Red Bull, ex-engenheiro de Ayrton Senna, na McLaren, e Nelson Piquet, Benetton. A partir de 2013 o projeto de todos é a chamada "Fórmula 1 verde".Dias contados. Se nas três etapas europeias de maio, Espanha, Mônaco e Turquia, repetir-se a monotonia das corridas, em 2011 o reabastecimento estará de volta. Já hoje a ideia está em amadurecimento.