Os halterofilistas poloneses Marcio Dolega e Mariusz Rytkowski, punidos com a exclusão da equipe olímpica por doping, acusam o seu treinador Ryszard Szewczyk, de lhes ter ministrado substâncias proibidas. O treinador, de 66 anos, prepara-se para a aposentadoria, mas os esportistas não querem que escape do castigo. Eles afirmam que não se pode admitir que, quando os problemas do doping são divulgados, ?os únicos a pagarem pelos pratos quebrados sejam os atletas?. Em uma entrevista publicada pelo diário ?Rzeczpospoligta?, os dois pesistas denunciam que Szewczyk visitava pessoalmente os alojamentos dos atletas pela manhã e distribuia as vitaminas nutritivas. ?Também nos dava 10 ampôlas num copo de cristal e dizia para que injetássemos a cada dois ou três dias o líquido transparente que continham?, disse Dolega. O helterofilista ficou com uma ampôla intacta e a entregou à comissão disciplinar da Federação Polonesa de Halterofilismo que investiga o caso. Szewczyk nega tudo e afirma que seus acusadores são doentes mentais que lhe deram uma punhalada nas costas, porque ele jamais ministrou substâncias proibidas a ninguém. Marcin Dolega, Mariusz Rykowski e Bartlomej Bonk foram acusados de se doparem depois que as provas a que se submeteram detectaram um nível excessivo de testosterona. Os problemas de doping afetam o halterofilismo polonês desde 1993, quando foram punidos por usar produtos proibidos três pesistas e a Federação Polonesa de Halterofilismo ficou afastada durante um ano das competições internacionais. Em 1999, antes das Olimpíadas de Sydney, a equipe polonesa de haalterofilismo se rebelou exigindo a destituição de Szewczyk como treinador nacional. Tudo parece indicar que desta vez a Federação Polonesa de Halterofilismo decidiu trocar o treinador, e seu vice-presidente e secretário-geral Ryszard Wasiela espera que a pessoa a ser eleita para o cargo eliminará ?de uma vez por todas essa praga que é o doping no esporte?.