Depois do excelente desempenho das equipes Eco-internet, dos Estados Unidos, PureNZ.com, da Nova Zelândia e Spie, da França, que terminaram a Eco Challenge 2001 em quatro dias, outros times começam a chegar a Glandu Bay, a beira do Lago Wanaka, para cruzar a linha de chegada da maior corrida de aventuras do mundo. A edição deste ano da competição, que ocorre em um país diferente a cada ano, foi disputada na Nova Zelândia, país considerado o maior centro dos esportes de aventuras em todo o mundo. Os brasileiros da equipe AXN Atenah ainda não terminaram a competição, mas vêm ganhando posições a cada dia nos últimos trechos. Na etapa de mountain bike, considerada a mais difícil da prova, o time ganhou mais de dez posições, por ser especializado na modalidade. A última parte da prova é composta por uma longa caminhada pelas montanhas da Nova Zelândia com trechos de escaladas na neve. A etapa termina com uma seção de rafting em rios de águas geladas. A atleta brasileira Eleonora Audra revela que o time da AXN Athena pretende cumprir a última seção da disputa sem dormir, para melhorar sua colocação. "A última parte, como nos prevíamos, requer conhecimento de montanha e caminhada, o time esta descansado e espera completar a prova rapidamente.", explica Eleonora. Versatilidade - Na Eco Chellenge, os atletas tem de mostrar habilidades em diferentes modalidades de esportes outdoor, como mountain bike, escalada em trechos de neve, canoagem, orientação na selva e canoagem. As equipes que chegaram na frente na edição deste ano optaram por estratégias que aumentaram muito o desgaste físico de seus integrantes. Alguns dos atletas chegaram a dormir apenas 20 minutos a cada 24 horas nos últimos dias da competição. As outras equipes, que dizem considerar o simples fato de cumprir todo o trajeto uma grande vitória começam a se aproximar agora do final do percurso. Os japoneses da equipe AXN East Wind, por exemplo, terminaram a competição esgotados depois de seis dias ininterruptos. O capitão do grupo, Masato Tanaka, considera a prova mais difícil do mundo. Na linha de chegada, ele brincou, dizendo que pretendia dormir "uma semana seguida". Meio-ambiente - A organização do evento também tenta estabelecer uma relação de consciência ecológica com as populações dos países onde se realiza a disputa. Todos os anos, crianças de escolas locais tornam-se membros honorários das equipes e recebem informações para preservar o meio- ambiente. "A idéia é que a prova tenha o mínimo de impacto ambiental possível", explica o organizador da prova, Mark Burnett, que faz questão de entregar a todos os envolvidos no evento um guia com dicas para preservar a natureza. Este ano em Queenstown, a capital dos esportes de aventura do mundo, a organização do evento encontrou um cenário de muita consciência ecológica. A Nova Zelândia tem bastante tradição no que diz respeito a conservação ambiental, reciclagem de lixo e envolvimento pessoal dos cidadãos com os assunto relacionados. Os atletas da Eco Challenge 2001 foram até escolas da região de Queestown para promover um programa de reciclagem . Cada aluno deveria responder a questão: "Como ajudar na reciclagem em Queenstown?" , os melhores trabalhos foram selecionados e os 71 alunos tornaram-se membros honorários dos times. A equipe brasileira AXN Atenah foi mais longe. Depois de terem visitado as escolas escolhidas pela organização, os atletas resolveram procurar outros colégios onde conversaram com as crianças e distribuíram lembranças do Brasil. "A natureza neste país é exuberante e as crianças já sabem que preservar e cuidar dessa riqueza é a solução para o futuro", conta Eleonora Audra que se surpreendeu com o conhecimento e o envolvimento das crianças, mesmo as pequenas, com as questões de preservação ambiental.
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