A promotoria americana lança uma segunda rodada de investigações contra a corrupção no esporte e suspeita de novos crimes financeiros na Fifa, no Comitê Olímpico Internacional (COI) e no Comitê Olímpico dos EUA. As informações são do jornal The New York Times.
Em dezembro, com exclusividade, o Estado revelou que a justiça americana havia decidido investigar a forma pela qual o Rio de Janeiro venceu a eleição para ficar com os Jogos de 2016, o papel de alguns dos dirigentes do COI e chegou a questionar testemunhas sobre o funcionamento do COI.
Agora, segundo o jornal americano, um dos alvos é a empresa de marketing Helios Partners. Ela teria sido fundamental para garantir que a Rússia vencesse a corrida para sediar a Olimpíada de Inverno de 2014 e a Copa do Mundo de 2018.
Em Zurique, a Fifa esperava que os escândalos de corrupção tivessem sido superados. Mas o novo inquérito volta a criar tensão dentro da entidade, faltando cinco meses para a Copa do Mundo sob suspeita, na Rússia.
A entidade chegou a fazer uma investigação sobre a forma pela qual Moscou venceu a corrida por sediar a Copa. Mas não conseguiu avançar: os russos haviam destruído todos os computadores usados na época da campanha.
No mundo olímpico, as suspeitas recaem sobre as escolhas das sedes do Mundial de Atletismo. Em 2019, este ocorrerá no Catar e, em 2021, Eugene (Oregon, EUA)), cidade sede da Nike.
O Estado revelou em 2016 que a justiça francesa já vinha investigando ambos os casos do atletismo, em meio ao inquérito que realiza contra a Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês).
Agora, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos também embarca no mesmo caminho, depois da suspeita de que a escolha da cidade da Nike ocorreu sem a participação de concorrentes.
Lamine Diack, ex-presidente da Iaaf, está preso na França desde 2015, mas as investigações de seus 16 anos no poder ainda respingam no COI. Foi a partir de suas contas que os franceses encontraram indícios de um envolvimento do ex-presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, no pagamento de propinas para que o Rio sediasse os Jogos de 2016. Nuzman nega.
De acordo com The New York Times, a Justiça convocou indivíduos a prestar informações à corte federal no Brooklyn até o final desta semana. Os promotores investigando o caso são os mesmos que conduziram as investigações contra 40 suspeitos de corrupção no futebol e que acabou com a condenação do ex-presidente da CBF, José Maria Marin.
O Estado apurou que algumas testemunhas já foram ouvidas. Mas os promotores esperam agora coletar documentos e extratos bancários sobre essas movimentações. A suspeita é de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude na escolha das sedes.
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