Divulgação/EA Atualizado banco de dados de cada atleta irá controlar as performances dos jogadores virtuais SÃO PAULO - A Electronic Arts não esconde: quer recuperar o mercado de games de futebol, perdido nos últimos anos para os rivais Pro Evolution Soccer e Winning Eleven. Para isso, a editora norte-americana apostou suas fichas no desenvolvimento do Fifa Soccer 09, a ser lançado no Brasil nesta quinta-feira, primeiramente, na versão PC. As versões para consoles chegam somente na última semana de outubro. Os fabricantes prometiam um exagero de fidelidade ao verdadeiro mundo da bola, com a ambição de se tornar a mais autêntica simulação de futebol já produzida pela empresa, e a reportagem do estadao.com.br esteve no escritório da EA Brasil para conferir. O jogo mantém as tradicionais características que marcaram a série a partir de meados de 1990. Proporciona amistosos, torneios ou mesmo, temporadas inteiras, entre os principais clubes e seleções do mundo, além de outras "curiosidades", como por exemplo, toda a Liga Sueca ou toda a Liga Holandesa. Mas o que mais chama atenção no Fifa09 é o sentimento de realidade que o jogo apresenta. A simples fantasia de comandar um time foi deixada de lado e a diversão avançou gráfica e tecnicamente, ao ponto de a EA criar o Adidas Live Season. Esse modo é a grande aposta da produtora, que utiliza um detalhado banco de dados de cada atleta para controlar as performances dos jogadores virtuais. Em suma, enquanto Ronaldinho Gaúcho (Milan) não perder os quilos a mais e voltar a desempenhar seu melhor futebol, seu representante virtual continuará extremamente habilidoso, porém mal chegará à metade do segundo tempo. Agora, em Fifa09 os dribles são de acordo com as características do atleta e não são mais aplicados com a mesma facilidade de outros tempos. É preciso respeitar as limitações físicas e técnicas para que cada jogador execute sua jogada mais marcante. O elástico do português Cristiano Ronaldo (Manchester United) ou as pedaladas do brasileiro Robinho (Manchester City) não saem mais com um mero apertar de botões, bem como seus chutes e passes não têm a direção exata - ao menos, claro, que o usuário acerte o comando. "Esse investimento e atualização em um enorme banco de dados de cada atleta, ao qual o usuário terá acesso por um registro na internet, é o grande diferencial do Fifa09", garante Thiago Apella, gerente de produtos da EA Brasil. "Esse é o plano que a EA traçou para consolidar o jogo como o melhor simulador de futebol já produzido por aqui", concluiu. NOVIDADES Ao que tudo indica, parece que, desta vez, a EA conseguiu dar à série de jogos Fifa o que os fãs há tempos aguardavam com ansiedade: a jogabilidade. Tão questionada nas últimas edições, Fifa09 se apresenta ao jogador com uma fluidez e controle dos movimentos de saltar aos olhos e que, finalmente, permite medir forças com adversários de peso, que são notoriamente reconhecidos pela agilidade, como no caso de Pro Evolution Soccer e Winning Eleven. Outra grande aposta da fabricante para o sucesso nas vendas é a possibilidade de até 20 jogadores se enfrentarem ao mesmo tempo, evidentemente, 10 em cada time. A proximidade com a realidade é tamanha que se chama Be a Pro e não torna o jogo uma confusão de 22 "bonequinhos correndo atrás de uma bola", como gostam de afirmar os menos entendidos no esporte. Em "Seja um Profissional", o jogador escolhe uma equipe, cria seu nome, idade, características físicas, habilidades, posição em campo e dali em diante vive como um jogador de futebol, por até quatro temporadas. O objetivo é somar o maior número de pontos com seu personagem e assim, melhorar seu rendimento dentro de campo. PONTOS FRACOS Mas evidentemente que o time da EA que desenvolveu o Fifa09 não vive só de vitórias. Pequenos detalhes escaparam aos fabricantes e podem criar resistências ao sempre exigente público, aficionado por simuladores de futebol. O jogo ainda se apresenta demasiadamente lento e a mensagem de "carregando" chega a irritar o jogador com mais fome de bola. Outro aspecto negativo se dá justamente nos palcos dos jogos, o campo. Tanto o desenho do gramado, quanto a arquitetura do estádio não são bons e chegam a ser simplórios perto de tanta fidelização com o mundo real. Alguns grandes estádios, aliás, por problemas de direitos sobre a licença, sequer aparecem entre as opções. "Àqueles que dizem 'amém' ao Winning Eleven e, nos últimos tempos, têm tido dificuldade de trocar de jogo, estamos propondo simplesmente testar o Fifa09 e comprovar", convida Thiago. Na semana de lançamento, a empresa ainda estuda uma campanha de marketing nas portas de faculdades, escolas, bares e casas noturnas para que seus principais usuários tomem conhecimento do jogo e dos novos atrativos que ele traz.