O técnico Carlo Ancelotti era o preferido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para assumir a seleção brasileira, mas o italiano renovou contrato com o Real Madrid e frustrou os planos da entidade, que continua sem saber quem vai ocupar a vaga. Para os leitores do Estadão, o nome ideal para exercer a função é Abel Ferreira, do Palmeiras. O treinador português de 45 anos foi o mais votado em enquete realizada neste semana nas redes sociais
Abel Ferreira teve a preferência de Abel Ferreira teve a preferência de 40,4% dos votantes, contra 33,1% de José Mourinho, 16,7% de Dorival Junior e 9,9% de Fernando Diniz, técnico interino da seleção brasileira. A enquete contou com 1.410 votos, com leitores se dividindo nos comentários. O nome do português Jorge Jesus também foi lembrado e há quem acredita também na chance de Tite ser chamado novamente para o cargo devido ao momento ruim da seleção.
Considerado um dos maiores treinadores da história do Palmeiras, Abel Ferreira chegou ao clube no final de 2020, em meio a pandemia e com um nome desconhecido no cenário nacional. Ao longo de três anos, o português conquistou nada menos do que nove títulos: Copa Libertadores (2020 e 2021), Copa do Brasil (2020), Recopa Sul-americana (2022), Campeonato Paulista (2022 e 2023), Campeonato Brasileiro (2022 e 2023) e Supercopa do Brasil (2023).
Abel é o segundo treinador com mais troféus na história do Palmeiras, atrás apenas de Oswaldo Brandão, com dez. É o técnico mais longevo no futebol brasileiro atualmente e pode ser comandante com maior tempo no clube se encerrar 2024 à frente do time palestrino. O português já havia que não vai renovar seu contrato, mas prometeu encerrar o próximo ano no clube. O sucesso à frente do Palmeiras fez o seu nome ser especulado por diversas vezes na seleção brasileira, mas não houve proposta.
INDEFINIÇÃO
Antes da Copa do Mundo do Catar, em 2022, Tite anunciou que deixaria o comando técnico após o Mundial independentemente do resultado — o Brasil novamente caiu nas quartas de final. Em janeiro deste ano, ele entregou o cargo pelo sonho de treinar um time na Europa. Sem convites, assumiu o Flamengo em outubro.
A seleção brasileira iniciou o ano com Ramon Menezes, técnico do time sub-23, como interino. Sob o seu comando, o Brasil disputou três amistosos contra combinados africanos, perdendo para Marrocos (2 a 1) e Senegal (4 a 2), e vencendo apenas a modesta Guiné (4 a 1). O então presidente Ednaldo Rodrigues, atualmente afastado do cargo após a Justiça do Rio anular as assembleia que o levaram ao cargo, tinha Carlo Ancelotti como o preferido treinar o Brasil e garantiu ter um acordo com o italiano para ele assumir o Brasil em julho, na Copa América 2024, quando se encerraria o seu contrato com o Real Madrid. O treinador nunca confirmou o acerto e sempre demonstrou lealdade ao clube espanhol.
Enquanto Ancelotti não chegava, Fernando Diniz, treinador do Fluminense, foi escolhido para assumir a seleção brasileira de maneira interina, acumulando o cargo com o trabalho no time carioca. O desempenho do Brasil com Diniz esteve longe do mesmo apresentado pela equipe tricolor, que terminou o ano campeã da Libertadores, e a campanha nas Eliminatórias da Copa de 2026 até o momento é um desastre: duas vitórias sobre os fracos Bolívia e Peru, um empate inédito em casa com a Venezuela, e três derrotas, para Uruguai, Colômbia e Argentina, adversários diretos na briga por uma vaga no próximo Mundial.
Com a recusa de Ancelotti, não há garantias de que Diniz permaneça no cargo para o primeiro semestre de 2024. A tendência é de que o escolhido para comandar a seleção brasileira seja anunciado somente após as eleições para a presidência da CBF. Enquanto Ednaldo Rodrigues já anunciou que não irá concorrer, o pleito conta com as candidaturas de Flávio Zveiter, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF). Reinaldo é o grande favorito e conta com o apoio de 30 clubes e oito federações.