Que a diretoria corintiana não gosta da idéia de contratar um psicólogo, não é segredo para ninguém. Mesmo assim, um jogador terá atenção especial da comissão técnica daqui para frente: o atacante Gil. E nada tem a ver com trabalho técnico ou físico. A idéia é apenas bater papo, conversar. Pessoa retraída, tímida, Gil passou por momentos distintos na última semana. Ao mesmo tempo que carrega o fardo de ter sido a figura mais apagada do grupo nas duas partidas contra o River Plate, pela Libertadores, entrou para a história do clube como autor do milésimo gol do Corinthians em campeonatos brasileiros, no empate por 1 a 1 diante do Cruzeiro. Esses altos e baixos preocupam todos no Parque São Jorge. Por isso, espera-se que, com os diálogos mais freqüentes, essa característica seja minimizada. O próprio atleta reconhece a situação, mas procura encará-la com naturalidade. "Esses altos e baixos acontecem com todo mundo. É normal", afirmou o atacante. E apoio não faltará. Entre a cúpula, por exemplo, Gil sempre foi tratado como bibelô. "Pode ir. O bom mesmo é o Gil", diziam os dirigentes na época em que o atacante Ewerthon foi negociado para o futebol alemão. Outro detalhe que pode ajudar Gil é o fato de Geninho admitir utilizar o esquema de jogo que Carlos Alberto Parreira implantou em 2002. Daqui para frente o time vai valorizar a posse de bola e utilizar com mais freqüência seu lado esquerdo.