Após imbróglio por aumento salarial, Felipe muda de postura

Goleiro está 'na dele' para se preservar no Corinthians, depois da conturbada temporada quando o time caiu

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O goleiro do Corinthians é o mesmo, mas o perfil está completamente diferente. Quem lembra do Felipe de 2007, o de defesas incríveis e língua afiada, pode estranhar seu comportamento agora. Ele está quietinho, quase não dá entrevista, e quando faz isso é para admitir falhas, algo impensável ano passado. Veja também:  Corinthians sofre virada e perde para o Botafogo por 2 a 1  Mano para Luxemburgo: 'Peru de fora não dá opinião' Dois fatores foram fundamentais para a mudança de atitude do camisa 1. Hoje, o time tem mais qualidade e ele precisa trabalhar menos (e na sua opinião, falar menos também). Mas o principal foi a dificuldade para renovar o contrato no início do ano, o que fez Felipe acreditar que nunca mais pode ser a vidraça de um time. Por isso agora está "na dele", como disse um amigo próximo. PODE SAIR O goleiro tinha acordo vigente, mas queria aumento. Ele achava que merecia por ter se tornado ídolo da Fiel. Era o único do time com esse status ao final de 2007. Mas, na visão da diretoria, essa idolatria chegou num momento de sofrimento - o rebaixamento -, então a valorização era irreal. O acordo saiu, mas as rusgas ficaram, principalmente com o diretor técnico Antônio Carlos. Não é à toa que qualquer proposta "melhorzinha" o levará embora já na abertura do mercado europeu no meio deste ano. Orientado por seus procuradores, Felipe se fechou. Nas viagens se isola até dos companheiros. É comum vê-lo sozinho nas salas de embarque, com fone no ouvido ou lendo um jornal. Em campo o rendimento também caiu. Ele mesmo admitiu. Contra o São Caetano, na partida de ida pela Copa do Brasil - vitória por 2 a 1 no Morumbi, em 6 de maio -, ele falhou no gol. Luan invadiu a área e o chute foi fraquinho, mas Felipe empurrou a bola para o gol. "A bola bateu em minha mão e entrou. Essa é a pior situação possível, porque você fica pensando que poderia ter ido com a mão mais dura e defendido. Assumo que errei", disse, no mesmo dia. A sinceridade foi tratada no clube como comprovação da mudança de postura. Uma semana depois, novo gol tomado contra o Azulão, desta vez por baixo das pernas. Felipe foi absolvido por Mano Menezes, mas novamente disse que poderia ter defendido. Em 2007, qualquer derrota corintiana terminava com Felipe destemperado, reclamando do resto do time. Hoje, ele prefere falar depois de vitórias. Após a derrota contra o Botafogo, nesta terça, pela Copa do Brasil, discrição. Só perdeu o controle depois de vencer o Goiás, 4 a 0, quando deu volta olímpica chupando e jogando uvas verdes para a torcida. Resposta a um diretor goiano que havia feito chacota da camisa roxa corintiana. Um deslize...  

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