Após título na Ásia, Catar sonha em ser surpresa na Copa América

Seleção disputará torneio no Brasil como convidada e está confiante depois de conquista inédita

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O plano do Catar de fazer um bom papel na Copa do Mundo de 2022 leva o país a um plano ousado. Em junho deste ano a seleção virá ao Brasil para disputar a Copa América como uma das convidadas, ao lado do Japão. A equipe quis o desafio de enfrentar as nações da América do Sul para adquirir experiência e poder enfrentar adversários de outros continentes.

"Vamos jogar contra países sul-americanos, o que não é nada fácil, mas ao tempo ganharemos muita experiência. Queremos tirar o melhor proveito possível da nossa participação. E essa experiência não beneficiará somente os jogadores, mas também os organizadores da Copa", disse o diretor técnico da Associação de Futebol do Catar, Fahad Thani.

Título da Copa da Ásia foi a primeira taça da história da seleção catariana Foto: Suhaib Salem/Reuters

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O Catar nunca disputou competições oficiais fora do âmbito asiático e raramente pode enfrentar rivais tradicionais sul-americanos ou europeus. No ano passado, por exemplo, a seleção só jogou três vezes contra adversários de outro continente. Os compromissos foram contra Equador, Islândia e Argélia. Já na Copa América, os rivais na fase de grupos serão Argentina, Colômbia e Paraguai.

"O primeiro objetivo do Catar na Copa América será ganhar experiência. Eu sinto que eles estão confiantes. Ter vencido a Copa da Ásia mexeu com eles", avaliou o meia brasileiro Rodrigo Tabata, que joga no Al-Rayyan. Depois do título continental, o Catar saltou 38 posições na ranking da Fifa e está agora na 55ª posição, a melhor da sua história.

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O Catar nunca disputou uma Copa do Mundo e antes do título da Copa da Ásia, neste ano, havia alcançado no máximo as quartas de final da competição. Em toda a história da seleção, a maioria dos treinadores foram estrangeiros. O atual é o espanhol Félix Sanchez. Entre os brasileiros que já ocuparam o cargo estão Evaristo de Macedo, Sebastião Lazaroni e Paulo Autuori.

Pedro Miguel (de branco) é português de nascimento e defende a seleção do Catar Foto: Divulgação/Associação de Futebol do Catar

QUATRO PERGUNTAS PARA...Pedro Miguel, zagueiro da seleção do Catar

Foi surpresa para vocês ganhar a Copa da Ásia?

Para nós, jogadores, não foi. Trabalhamos bastante desde junho para fazer uma grande campanha. Algumas pessoas não acreditaram porque não conheciam o futebol do Catar. Nós trabalhamos muito, com 100% de dedicação. Em todos os jogos tivemos uma boa atuação. Por isso, colhemos o fruto que nós plantamos desde junho. Todos no país estão muito felizes.

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Por que o futebol do Catar evoluiu nos últimos anos?

O país tem apostado muito nas academias de futebol. Os clubes também dão mutias chances aos garotos e os treinadores também ajudam os jovens a evoluir nos treinos. Nós, que somos de fora, e os mais experientes, também ajudam os garotos a evoluir. Nossa seleção é muito jovem, mas tem dado resultado.

Por questões políticas, a população do Catar não pôde acompanhar o time nos Emirados Árabes Unidos. Como foi isso para vocês?

Já tínhamos falado sobre isso antes de viajarmos para a competição. Seria difícil jogar sem torcida, mas isso nos fez mais fortes. A cada jogo e treinos nos tornávamos uma família. Por isso, a torcida não fez tanta diferença. Na semifinal contra os Emirados Árabes sabíamos que seria complicado. O estádio estava cheio contra nós. Nossa equipe combinou de se concentrar no jogo e foi o que nós fizemos. Ganhamos por 4 a 0.

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Qual a expectativa do Catar para a Copa América?

Sabemos que não será fácil. Se jogarmos como temos feito, como uma família, ajudando um ao outro, podemos ter um bom resultado. Temos qualidade. Muitos países não conhecem nosso futebol, mas depois da Copa da Ásia, vão nos respeitar mais. Os jogadores estão motivados e confiantes para competir na Copa América. O que temos feito pela seleção vai nos levar com moral para a Copa América. Acho que vamos fazer uma excelente campanha. Será uma experiência fantástica.