O advogado Francisco Vitor Augusto, contratado pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) para defender Edílson Pereira de Carvalho no escândalo de manipulação de resultados, deixou o caso nesta segunda-feira. A entidade alega que não havia mais motivos para oferecer suporte jurídico ao árbitro depois de ele ter se transformado num réu confesso. ?Demos toda a cobertura legal que ele precisava até o momento em que se confessou culpado. Trata-se de um crime horrível, imoral, que depõe contra toda uma categoria e a entidade não poderia dar amparo a alguém nessas condições?, explicou o presidente da Anaf, o ex-árbitro José de Assis Aragão. Em geral, a associação oferece advogados a árbitros em questões restritas ao âmbito da Justiça desportiva. Preocupado com a repercusão negativa do caso, Aragão saiu em defesa da categoria. Disse que se trata de um caso isolado e que a opinião pública não pode passar a tratar todos os árbitros como desonestos. ?Não podemos generalizar. Não é por causa uma laranja podre que todo o cesto está contaminado?, disse ele. Aragão - que atuou como árbitro entre os anos de 1965 e 1990 - disse que ?toda a categoria? está magoada com Edílson. ?Justamente agora que as coisas estavam caminhando muito bem para os árbitros, com uma preparação melhor, mais profissional, vem um cidadão como esse e ameaça colocar tudo a perder?, reclamou. ?Ele (Edílson) jamais poderia ter feito uma coisa dessas. Jamais poderia ter se envolvido com um esquema desses?, acrescentou. Aragão acha que o momento é o de reconstruir a imagem do árbitro. ?Temos que apurar tudo, até o fim, e depois disso, levantar a cabeça e recomeçar, desta vez com mais moral e mais fortes?.