A tão anunciada "Itália ofensiva" jogou como a Itália de sempre e estreou na Eurocopa com um empate sem gols diante da Dinamarca, nesta segunda-feira, em Guimarães. E deixou satisfeito o técnico Giovanni Trapattoni. "A Dinamarca jogou melhor no primeiro tempo, mas no segundo melhoramos muito. Acho que foi um bom resultado", afirmou o comandante da Azzurra. Se Trapattoni gostou do que viu, apesar da pobreza técnica e ofensiva de sua equipe, o meio-campista Camoranesi exagerou no otimismo ao analisar a seleção italiana. "A Dinamarca joga bem, tem um bom toque de bola, mas não tem aquilo que nos sobra: força no ataque. Não estivemos bem nas finalizações, mas quando acertarmos vamos fazer muitos gols", previu. A próxima chance que a Itália terá para mostrar que é uma "potência ofensiva" será na sexta-feira, quando enfrentará a Suécia no Porto, pela segunda rodada da Euro. No jogo desta segunda-feira, o time mostrou as limitações de sempre: o meio-de-campo não cria, os volantes não sabem o que fazer com a bola e os laterais ajudam muito pouco o ataque. Vieri, que prometeu fazer muitos gols no torneio, passou os 90 minutos à espera de um passe que o deixasse de frente para o gol. A única chance que teve para finalizar foi numa cabeçada aos 11 minutos do segundo tempo que o goleiro Sorensen espalmou. Mas a bola chegou a ele num "chuveirinho". A Dinamarca jogou melhor enquanto teve fôlego - a partida foi disputada sob um calor de 33 graus. Mandou no primeiro tempo, criou boas chances e cansou no segundo. Para complicar, o técnico Morten Olsen só foi fazer a primeira substituição aos 27 minutos da segunda etapa. Trapattoni mostrou que o discurso da ofensividade não passa de conversa para boi dormir. Quando quis mudar o time, a primeira substituição que fez foi típica de um técnico burocrata que gosta mais de uma boa defesa do que de um bom ataque: aos 12 minutos do segundo tempo, sacou o volante Cristiano Zanetti e colocou o volante Gattuso. O time italiano melhorou um pouco quando a Dinamarca diminuiu o ritmo, mas em nenhum momento chegou a convencer. E escapou de perder o jogo graças a duas grandes defesas de Buffon aos 29 minutos. Na primeira, ele espalmou um chute de Tomasson, que estava livre. Na seqüência, salvou com o pé o tiro de Rommedahl. "Mostramos que temos uma grande defesa. E tenho certeza de que nos próximos jogos os gols aparecerão", disse o goleiro da Itália.