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Goleiro herói de Marrocos na Copa, Bono é nascido no Canadá e joga na Espanha desde 2012

Jogador do Sevilla defende duas cobranças para eliminar a seleção espanhola nas oitavas de final do Mundial

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Foto do author Murillo César Alves
Por Murillo César Alves
Atualização:

A classificação de Marrocos, às quartas de final da Copa do Mundo, passa diretamente pelas mãos de Yassine Bounou, mais conhecido como Bono, goleiro titular da seleção africana. Nascido no Canadá, mas com descendência marroquina, ele defendeu dois pênaltis na disputa com a Espanha (vitória por 3 a 0 nas penalidades) para classificar sua equipe pela primeira vez às quartas e manter a seleção como uma das únicas invictas no Catar, ao lado de Croácia e Holanda.

Algoz da Espanha, Bono já é conhecido pelos rivais. Responsável por defender as cobranças de Busquets e Soler na disputa por pênaltis nesta terça-feira, ele atua profissionalmente no futebol espanhol desde 2012. Com passagens pelo Atlético de Madrid, Zaragoza e Girona, o goleiro defende o Sevilla desde 2019, por empréstimo, e em definitivo a partir de 2020. Com 31 anos, ele foi fundamental na conquista da Liga Europa pela equipe espanhola na temporada 2019-2020.

Bono defendeu as cobranças de pênalti de Soler e Busquets para classificar Marrocos às quartas de final. Foto: Jack Guez/AFP

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Na Copa, Bono foi vazado apenas uma vez até agora - gol contra de Aguerd na partida diante do Canadá - e é o detentor da melhor defesa desta edição - um gol sofrido em quatro jogos. A estatística coloca Marrocos à frente da seleção brasileira, que sofreu dois gols, e ao lado da Tunísia, que foi eliminada ainda na fase de grupos, mas sofreu apenas um gol em três jogos.

Assim como a maioria do elenco marroquino, Bono não nasceu no país que defende, mas sim no Canadá. O goleiro começou sua carreira profissional em 2011, pelo Wydad Casablanca, um dos maiores clubes de Marrocos, com 20 anos. Na temporada seguinte, foi vendido para o Atlético de Madrid, onde permaneceu no time B até 2014.

Sem muitas oportunidades no Atleti, Bono se consolidou como um dos grandes nomes do futebol africano a partir de 2019, quando chegou ao Sevilla e conquistou a Liga Europa na mesma temporada. Em 2021-2022, foi eleito o melhor jogador africano do Campeonato Espanhol, à frente de nomes como Aubameyang, à época no Barcelona, e Dia, senegalês que defendeu o Villareal no último ano. Ele sofreu apenas 24 gols em 31 jogos, o menos vazado da competição.

Copa do Mundo de Bono e Marrocos

Marrocos é a grande surpresa nesta Copa do Mundo. Zebra, foi líder do Grupo F, à frente de Bélgica, Croácia e Canadá, e teve a melhor campanha de uma nação africana em uma fase de grupos da história, com sete pontos em três jogos. Além da melhor defesa da competição, com apenas um gol sofrido, Marrocos elimina a Espanha, campeã do mundo, sem ser vazado, tanto no tempo normal quanto nas cobranças de pênaltis.

Esse desempenho passa diretamente pelo sucesso de Bono embaixo da traves. O goleiro disputou três jogos por Marrocos dos quatro possíveis e foi vazado em apenas. Na partida em que o jogador ficou ausente, contra a Bélgica, Bono esteve presente durante o aquecimemento e alinhou junto a seus companheiros para a execução do hino nacional, mas foi “substituído” antes do início da partida.

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Segundo a Federação Marroquina, Bono teve um desconforto muscular na coxa antes do apito inicial e Munir Mohamedi foi escolhido pelo treinador Regragui para assumir a titularidade. Assim como Bono, Munir manteve a boa forma e não foi vazado na partida, que garantiu a vitória por 2 a 0 da seleção marroquina.

Após a classificação às quartas diante da Espanha, mais uma vez sem ser vazado, Bono terá a oportunidade de alcançar um feito histórico: nunca uma nação africana chegou às semifinais de uma Copa do Mundo. Camarões, em 1990, Senegal, em 2002, e Gana, em 2010, foram as seleções que chegaram mais perto, mas foram eliminadas nas quartas.

Marrocos enfrenta o vencedor de Portugal e Suíça já neste sábado. Caso vença e conquiste o feito histórico, enfrentará o vencedor de França e Inglaterra nas semifinais. O bom desempenho de Bono na meta passa diretamente pelo possível sucesso de Marrocos.

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