O que se sabe sobre a briga entre torcedores de Santa Cruz e Sport no Recife

Conflitos se deram neste sábado, antes do encontro dos clubes no Campeonato Pernambucano, no estádio do Arruda

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Foto do author Murillo César Alves
Por Murillo César Alves e Fábio Tarnapolsky
Atualização:

Os conflitos entre as torcidas organizadas de Santa Cruz e Sport neste sábado, 1º, antes do clássico pelo Campeonato Pernambucano, no Arruda – que terminou com a vitória dos mandantes por 1 a 0 –, deixaram rastros de violência por Recife. As cenas de brutalidade, compartilhadas nas redes sociais ao longo do fim de semana, ocorreram ao redor da cidade.

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Um dos locais que foram palco de cenas lamentáveis foi o bairro Torre, na zona oeste da capital, onde muitas pessoas ficaram presas dentro de estabelecimentos para se proteger das brigas do lado de fora. Os bairros Madalena e Iputinga também sofreram com a violência e tiveram atenção especial das autoridades de segurança do estado.

Ao longo do sábado, clubes, entidades e órgãos oficiais manifestaram repúdio ao episódio em Pernambuco. O Estadão separa a seguir o que se sabe até o momento sobre o conflito entre torcidas organizadas de Santa Cruz e Pernambuco.

Torcidas de Santa Cruz e Sport entram em confronto nas ruas de recife antes de clássico. Foto: Reprodução/X

Quantas pessoas foram feridas e mortas no conflito entre torcidas organizadas?

Segundo informações atualizadas da Polícia Militar de Pernambuco, 12 pessoas foram encaminhadas para o Hospital da Restauração após os conflitos. Na manhã deste domingo, nove foram liberadas, enquanto outras três permaneciam hospitalizadas. Não houve mortos no conflito.

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Um dos vídeos compartilhados nas redes sociais mostra um rapaz, estirado no chão, sendo violentado com um bastão de ferro. O estado de saúde do rapaz, em si, não foi citado pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social de Pernambuco em nota enviada à imprensa, mas o caso é investigado pela Polícia Civil.

Quantas pessoas foram presas após os conflitos?

Após os incidentes nos bairros da Iputinga, Torre e Madalena, 32 pessoas foram detidas por atos de violência entre torcedores e foram encaminhadas às Delegacias de Polícia Civil, na Capital e Região Metropolitana do Recife. Dos 14 conduzidos à Ceplanc, seis foram presos em flagrante delito e encaminhados para audiência de custódia. Outras oito pessoas - entre maiores e menores - tiveram procedimentos lavrados (TCOs), em seu desfavor.

Além dessas localidades, confusões também foram registradas na Região Metropolitana do Recife. Quatro pessoas foram autuadas em flagrante delito após um confronto no município com uso de explosivos. Os casos serão investigados pela Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva.

Antes do jogo, cerca de 650 pessoas foram conduzidas até o Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque). Após minuciosa revista 14 foram conduzidos à Central de Plantões da Capital (Ceplanc). O planejamento operacional, realizado pela PMPE, permitiu que o pós-jogo transcorresse com tranquilidade.

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Dos 14 conduzidos à Ceplanc, seis foram presos em flagrante delito e encaminhados para audiência de custódia. Outras oito pessoas - entre maiores e menores - tiveram procedimentos lavrados (TCOs), em seu desfavor.

O que os clubes disseram após os conflitos?

Ambos os clubes lamentaram e repudiaram o episódio de violência na cidade. Em nota, o Sport afirmou que repudia “veementemente os episódios de violência no Recife” e reforçou que não compactua com as cenas de barbárie. “(O clube) trabalha incansavelmente para combater qualquer tipo de ato de violência que use o futebol como plano de fundo.

O clube rubro-negro também afirmou que espera uma atitude “enérgica e imediata” das autoridades para responsabilizar os envolvidos, independentemente de qual torcida façam parte. Junto a isso, colocou-se à disposição das forças de segurança para auxiliar tanto na busca quanto autuar os indivíduos que fizeram parte dos episódios deste sábado. “Para construir um plano de segurança efetivo para por fim à essa chaga que assola o futebol não só pernambucano, mas brasileiro também”, completou.

O Santa Cruz condenou a violência antes do clássico. “O Santa Cruz vem a público condenar todos os atos violentos envolvendo torcedores nas ruas do Recife, neste sábado (1/2) e se coloca à disposição das autoridades e demais clubes para encontrar soluções e banir de vez à violência do futebol em Pernambuco”, diz a nota.

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Os clubes sofrerão punição pela violência?

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As próximas cinco partidas do Santa Cruz e do Sport serão sem a presença de suas torcidas. A decisão é do Governo de Pernambuco. Em portaria que acata recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MP-PE), publicada no Diário Oficial na noite deste sábado, 1º, fica proibida a presença de público nos próximos jogos em resposta à tarde de terror em várias partes da capital envolvendo participantes de torcidas organizadas dos respectivos clubes.

Como forma de reprimir a violência, a Federação Pernambucana de Futebol também determinou que todos os clássicos do Campeonato Pernambucano de 2025 serão disputados com torcida única.

Em nota, o Sport lamentou a decisão. O Sport Club do Recife lamenta profundamente os atos de violência ocorridos no Recife no último sábado, antes da partida contra o Santa Cruz. “A medida tomada penaliza apenas os verdadeiros torcedores, enquanto os responsáveis pelos atos criminosos seguem impunes, além de prejudicar uma cadeia do futebol, onde tantas famílias dependem da realização dos jogos para ter sua renda familiar, crescendo ainda mais a vulnerabilidade Social”, afirmou o clube.

Leia a nota na íntegra:

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O Clube, no entanto, discorda veementemente da “solução” apresentada pelo Governo do Estado, que proíbe a presença da torcida do Sport nos próximos cinco jogos na Ilha do Retiro.

A medida tomada penaliza apenas os verdadeiros torcedores, enquanto os responsáveis pelos atos criminosos seguem impunes, além de prejudicar uma cadeia do futebol, onde tantas famílias dependem da realização dos jogos para ter sua renda familiar, crescendo ainda mais a vulnerabilidade Social.

O Sport reitera que não tem responsabilidade pela segurança pública nas ruas e nem pelo planejamento das forças de segurança. Mesmo com a presença policial, os criminosos conseguiram se enfrentar e transformar as ruas do Recife em um cenário de guerra, evidenciando falhas no planejamento das autoridades.

O Clube não aceitará essa decisão, que considera ineficaz, e tomará todas as medidas cabíveis para garantir seus direitos, inclusive recorrendo ao Poder Judiciário, sempre em defesa de seus torcedores e da sua comunidade.

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O Sport Club do Recife reafirma seu compromisso com a segurança e o bem-estar dos torcedores e seguirá trabalhando para proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para todos.

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