É unânime entre os palmeirenses que se tornou urgente a contratação de um camisa 9 de respeito, decisivo e capaz de preencher a lacuna no elenco depois da saída do prodígio Endrick, no ano passado, para o Real Madrid. A ausência dessa figura tem pressionado a presidente Leila Pereira, que não foi capaz, por enquanto, de encontrar um homem-gol no mercado.
Ela e seu diretor de futebol, Anderson Barros, têm sido a cada dia mais cobrados para que o clube invista num goleador. Há outras carências no elenco, segundo expôs o próprio técnico Abel Ferreira, mas nenhuma parece tão urgente quanto a posição de centroavante.
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“É uma referência para nós que costumamos cruzar. É um pouquinho mais fácil para nós se tiver uma referência dentro da área”, admitiu o lateral-esquerdo Piquerez depois do empate no dérbi com o Corinthians, antes de ponderar.

Foi no clássico que ficou escancarada a necessidade de um camisa 9 no elenco. O time apresentou grande volume de jogo e lançou muitas bolas à área, algumas vezes até demais, dando indício de que o modelo de jogo está desgastado. ”Mas temos que nos acostumar. O futebol é muito dinâmico, não podemos jogar sempre com a mesma formação”, ponderou o lateral uruguaio. Sem um goleador, o time tem jogado com Estêvão e Facundo Torres na frente, dois atacantes móveis.
Até existem centroavantes no elenco, mas eles estão em baixa. A diretoria tenta desde dezembro negociar Rony e não consegue porque o atacante faz exigências que nenhum clube brasileiro aceita e pede um alto salário, superior a R$ 1 milhão.
A outra opção é o argentino Flaco López. Ele viveu a melhor temporada de sua vida em 2024 - foram 22 gols e sete assistências em 61 partidas. Mas começou mal 2025, lento, fraco fisicamente e aparentemente fora de sintonia em relação aos companheiros, o que lhe rendeu criticas de Abel Ferreira.
“Ele já sabe os critérios para jogar na equipe. Nós esperamos que ele continue e mostre no treino o quanto quer jogar nesta equipe”, falou o técnico, que sacou o jogador até do banco de reservas contra o Corinthians. Outras alternativas são os garotos Thalys e Luighi, mas o entendimento é de que nenhum dos dois está pronto. Em recuperação de suas lesões, Paulinho e Bruno Rodrigues estarão em breve à disposição e podem jogar na função. Os dois, porém, costumam atuar como segundo atacante.

A urgência por um camisa 9 é tamanha que Abel usou até um zagueiro, o jovem Benedetti, de 1,97 metros nos minutos finais do clássico,, embora ele diga que a estratégia não foi um recado à diretoria. “Quero jogador que façam gols, não importa se é centroavante ou zagueiro”.
Para Evair, ex-centroavante com um lugar reservado no panteão dos melhores da posição, não resta dúvidas: ter um artilheiro no elenco aproximará o Palmeiras das conquistas que almeja na temporada. “Na minha opinião, precisa contratar um 9. O Palmeiras precisar ir no mercado e trazer um 9 que a torcida vá buscar no aeroporto”, opinou Evair, chamado de “matador” por seu faro de gol quando jogava.
Quinto maior artilheiro do Palmeiras na história do clássico com o Corinthians, ele fez 126 gols em 245 jogos com a camisa alviverde. Foi decisivo nas conquistas do Campeonato Paulista de 1993 e na Libertadores de 1999. “O clube tem grandes decisões no ano, precisa contratar”.
Vitor Roque na mira
O substituto ideal para Endrick era Gabriel Barbosa, o Gabigol, na visão da diretoria. Leila ofereceu um pré-contrato para o jogador, que, porém, não quis assinar. Enrolou e irritou a dirigente, que desistiu do negócio ainda em agosto do ano passado. Muitos nomes foram especulados depois, só que o clube, até agora, não fez mais nenhuma proposta a centroavante algum.
Existia o desejo de repatriar Gabriel Jesus, mas, hoje, o jogador do Arsenal é apenas um sonho - e ele se recupera de grave lesão no joelho. E está nos planos Vitor Roque, o nome ideal hoje para a posição, na avaliação dos cartolas palmeirenses. Emprestado ao Bétis pelo Barcelona até junho de 2025 com opção de compra, o jovem de 19 anos tem futuro indefinido.
Seu futuro pode ser no Palmeiras, que, porém, não apresentou proposta. A diretoria fez apenas contatos iniciais e não descarta esperar o jogador até a janela do Mundial de Clubes, que estará aberta entre 2 e 10 de junho.
O atleta, revelado pelo Athletico-PR, é vice-artilheiro do Bétis, com sete gols, e vale 25 milhões de euros, segundo estima a imprensa espanhola. O clube não sabe se comprará o jogador ao final da temporada.
“Ainda é cedo para ver isso”, disse recentemente o presidente do Bétis, Ángel Haro. “Tem que ter confiança no Vitor, ver como ele termina o ano. Temos uma possibilidade aberta. Se as duas partes estiverem de acordo para a sua continuidade...”.