Análise | Flamengo é inteligente, segura o ansioso Corinthians e vai à final da Copa do Brasil

Com um mais desde o primeiro tempo, time alvinegro não encontra soluções diante da competente defesa do rival carioca, empata sem gols e está eliminado

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Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

Nervoso, ansioso, sem controle emocional e incapaz de criar alternativas para derrubar a defesa do Flamengo, o Corinthians não foi capaz de balançar as redes no jogo em que precisa marcar duas vezes e foi eliminado da Copa do Brasil. Inteligente e competente na tarefa de segurar o time paulista, a equipe carioca não deu espaços ao rival, mesmo com um jogador a menos desde o 27 minutos do primeiro tempo, e garantiu sua vaga na final da competição neste domingo.

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Como havia ganhado o jogo de ida no Maracanã por 1 a 0, o Flamengo jogou com o regulamento debaixo do braço e o fez com eficiência. Fechou todos os espaços do Corinthians, quebrou o ritmo de jogo no momento em que os paulistas eram melhores e segurou o empate sem gols na Neo Química Arena, onde 46 mil corintianos se calaram ao apito final.

O Corinthians careceu de criatividade e não encontrou soluções para vencer a defesa armada com inteligência e eficiência pelo técnico Filipe Luís. Também foi inferior fisicamente e mentalmente em relação ao Flamengo, que jogou como se estivesse em casa. Cadenciou quando precisou e acelerou quando era necessário.

Na decisão, o Flamengo enfrentará o Atlético-MG, que eliminou o Vasco. As finais estão marcadas para os dias 3 e 10 de novembro. Campeão em 2022, o time carioca busca sua quinta taça da Copa do Brasil.

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Foi mais brigado e disputado do que jogado o duelo que definiu o último finalista da Copa do Brasil. Sobretudo no primeiro tempo, foram mais discussões, faltas e erros, geralmente fruto de nervosismo e ansiedade, do que bom futebol, como até era esperado, dada a importância da partida.

Yuri Alberto lamenta chance perdida pelo Corinthians, que foi eliminado pelo Flamengo Foto: Werther Santana/Estadão

Desde o primeiro minuto, o Corinthians, naturalmente, foi quem mais tentou e criou. Teve robusto volume de jogo, no entanto, encontrou uma fortaleza à sua frente que não conseguiu derrubar por falta de criatividade e por competência do adversário.

O Flamengo se fechou e se armou para contra-atacar. Até achou um gol, que deixaria sua missão facilitada, mas Alex Sandro estava impedido por alguns centímetros, como apontou o VAR ao árbitro Anderson Daronco, que anulou o lance.

Quando Bruno Henrique foi expulso por acertar a sola da chuteira na cabeça de Matheuzinho aos 27 minutos do primeiro tempo, os mais de 46 mil corintianos nas arquibancadas da Neo Química Arena se animaram.

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O pensamento era óbvio: com um a mais, o time paulista conseguiria, enfim, suplantar o bloqueio defensivo do rival carioca. Pensamento enganoso. O Flamengo se fechou ainda mais com o zagueiro Fabrício Bruno no lugar do apagado Gabigol e permitiu poucas chances ao Corinthians. Nenhuma delas foi aproveitada.

A partida decisiva continuou nervosa na etapa final. O Corinthians passou a criar mais e se abriu sem um volante, José Martínez, e com um meia-atacante, o peruano Carrillo, em campo. Os anfitriões incomodaram mais os visitantes, intensificaram a pressão e tentaram de diferentes maneiras chegar ao gol do rival, com arremates de fora da área, lançamentos, cruzamentos e ultrapassagens. O problema é que, ansioso, o time alvinegro errou bastante no momento de definir as jogadas.

À medida que o tempo passava, aumentavam a tensão e a apreensão nos corintianos, enquanto se mantiveram seguros e tranquilos os flamenguistas, competentes na missão de não deixar o rival jogar, mesmo com dez jogadores em campo.

Gérson, um dos melhores em campo, em ação pelo Flamengo contra o Corinthians Foto: Werther Santana/Estadão

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Inquieto e insatisfeito, Ramon Díaz deixou a equipe com três meias e três atacantes, sem volante, e com maior capacidade de criar, ao menos na teoria. Porque na prática a equipe paulista se movimentou muito, se entregou e buscou encontrar os espaços, mas falhou nessa tarefa. Yuri Alberto podia ter mudado esse cenário, só que cabeceou mal, torto, na primeira tentativa, e depois viu Rossi fazer bonita defesa na conclusão de canhota do atacante. Já o garoto Giovane fez tudo certo em jogada individual até finalizar fraco nas mãos do goleiro argentino.

O tempo passou rápido, ainda que tenha sido longo o período de acréscimo, e as oportunidades minguaram. O Flamengo quebrou com esperteza o ritmo do jogo, principalmente graças ao talento e à frieza de Gerson, enervou ainda mais o Corinthians e segurou o oponente até Anderson Daronco apitar pela última vez e permitir a comemoração dos flamenguistas na Neo Química Arena.

Corinthians x Flamengo foi mais brigado que jogado na Neo Química Arena Foto: Werther Santana/Estadão

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CORINTHIANS 0 X 0 FLAMENGO

  • CORINTHIANS: Hugo Souza; Matheuzinho (Giovane), André Ramalho, Gustavo Henrique (Félix Torres) e Matheus Bidu; José Martínez (Carillo), Charles (Igor Coronado) e Rodrigo Garro; Talles Magno (Pedro Henrique), Romero e Yuri Alberto. Técnico: Ramón Díaz.
  • FLAMENGO: Rossi, Wesley, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro (Ayrton Lucas); Erick Pulgar, De la Cruz (Alcaraz), Gerson e Arrascaeta (Plata); Gabigol (Fabricio Bruno) e Bruno Henrique. Técnico: Filipe Luís.
  • ÁRBITRO: Anderson Daronco (RS).
  • CARTÕES AMARELOS: Gustavo Henrique, Gerson, Alex Sandro, Pedro Henrique, Erick Pulgar.
  • CARTÃO VERMELHO: Bruno Henrique.
  • PÚBLICO: 46.426 torcedores.
  • RENDA: R$ 3.023.876,00.
  • LOCAL: Neo Química Arena.
Análise por Ricardo Magatti

Repórter da editoria de Esportes desde 2018. Formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), com pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Multimídias pela Universidade Anhembi Morumbi. Cobriu a Copa do Mundo do Catar, em 2022, e a Olimpíada de Paris, em 2024.

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