Análise|Corinthians tem noite de brilho de Yuri Alberto, mas só empata com o Racing em casa

Time alvinegro encontra forças para virar no primeiro tempo, mas é dominado na etapa final e empata por 2 a 2 com o rival argentino, contra o qual vai definir semifinal da Sul-Americana sem vantagem

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Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

O Corinthians não foi capaz de conquistar vantagem em casa para definir a vaga à final da Sul-Americana com mais tranquilidade. Na Neo Química Arena, fez bom primeiro tempo, encontrou forças para virar a partida em noite de brilho de Yuri Alberto, mas foi dominado na etapa final e empatou com o Racing por 2 a 2.

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A volta está marcada para a próxima quinta-feira, dia 31, em El Cilindro, estádio do Racing em Avellaneda, na região metropolitana de Buenos Aires, onde os dois vão decidir quem avança à decisão da Sul-Americana, marcada para o dia 23 de novembro, um sábado. Quem vencer, por qualquer placar, está classificado. Novo empate força penalidades.

Tem grande valia a Sul-Americana ao Corinthians, já que ser campeão do torneio garante o time alvinegro na Libertadores, na Copa do Brasil e lhe dá uma taça que ainda não tem em sua galeria. Mas a equipe paulista tem de dividir atenções com o Brasileirão, no qual briga para não se rebaixado desde as primeiras rodadas.

Essa sequência de jogos importantes e desgastante, aliás, pode ter tido peso na queda física e técnica do time nas partidas mais recentes. Foi assim em Itaquera nesta quinta, ao acelerar muito, buscar a virada, mas depois não mais encontrar energia para conquistar a vitória em sua casa.

Yuri Alberto, protagonista do jogo, lamenta chance perdida  Foto: Miguel Schincariol /AFP

A chuva foi componente importante do jogo em Itaquera. Não atrapalhou muito a bola de rolar porque é excelente a drenagem da arena corintiana. O jogo foi bom, embora não tenha sido um primor técnico dos dois lados. Mas foi acelerado, cheio de alternativas, aberto desde o início e com pinturas.

Quando cantava alto a Fiel, o Racing esfriou a torcida com Salas, que concluiu chutão do goleiro Arias em lindo estilo: com um toque por cima de Hugo Souza. Mas o gol não esfriou nem os torcedores nas arquibancadas molhadas nem o Corinthians, que perdeu Martínez, lesionado. O volante saiu e Ramón foi ousado, mas errou ao escolher o atacante Romero para entrar.

Os anfitriões se abriram e se entenderam no ataque, sobretudo por causa do desempenho de Yuri Alberto, o protagonista da noite. Foram deles os dois gols da virada corintiana no primeiro tempo. O primeiro ele tem de dividir com Memphis Depay, astro holandês que driblou, trombou com a defesa, abriu espaço e deixou o atacante na cara do goleiro, sobre o qual o artilheiro tocou para empatar.

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Yuri Alberto comemora um de seus dois gols sobre o Racing Foto: Nelson Almeida/AFP

No segundo gol, Yuri fez tudo sozinho. Confiante, arriscou de longe potente chute que morreu no canto esquerdo. Dono de 24 gols em 2024, o maior goleador da equipe na temporada abriu os braços, extravasou e deslizou no gramado para celebrar.

O Corinthians terminou o primeiro tempo melhor e em alta, mas começou o segundo mal. Desatento, deu bastantes espaços para os argentinos jogarem - e eles jogaram. Raçudo, enérgico e vibrante, o Racing é também um time de boa técnica. Pôs a bola no gramado molhado e empatou graças à inspiração de Martirena. O lateral uruguaio deu uma caneta em Garro, driblou o segundo marcador, tabelou com Almendra e nem precisou dominar antes de bater rasteiro, cruzado e vencer Hugo Souza.

Gol genial dos argentinos, que passaram a estar à vontade na casa do rival. Trocavam passes com tranquilidade e, graças à debilidade corintiana na defesa, chegava sem dificuldade ao gol. Salas, especialmente, causou problemas aos anfitriões.

Até que os argentinos reduziram o ritmo e controlaram a partida na base da milonga. Enrolaram, atrasaram e catimbaram o quão possível foi diante de um inerte Corinthians, que, quando reagiu, confundiu rapidez com pressa, mostrou nervosismo e errou em suas tramas ofensivas. Só nos acréscimos que os anfitriões se entenderam, mas não foram eficazes.

Romero chegou atrasado e, de carrinho, isolou. Alex Santana, perto da marca do pênalti, chutou em cima do goleiro Arias, outra figura determinante para o empate em Itaquera. Antes do apito final, Memphis mirou o ângulo, só que a bola saiu. Foram três chances empilhadas e lamentadas por mais de 44 mil corintianos.

Corinthians e Racing se enfrentaram em campo encharcado da Neo Química Arena Foto: Andre Penner/AP

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CORINTHIANS 2 X 2 RACING

  • CORINTHIANS: Hugo Souza; Fagner (Matheuzinho), André Ramalho, Cacá e Matheus Bidu; José Martínez (Romero), Charles (Alex Santana), Carrillo (Breno Bidon) e Rodrigo Garro (Igor Coronado); Memphis Depay e Yuri Alberto. Técnico: Ramón Díaz.
  • RACING: Arias; Di César, Sosa e García Basso; Martirena, Rojas, Quintero (Vietto) e Nardoni; Almendra (Zuculini), A. Martínez e Salas. Técnico: Gustavo Costas..
  • GOLS: Salas, aos 5, e Yuri Alberto, aos 10 e aos 32 minutos do primeiro tempo. Martirena, aos 9 do segundo tempo.
  • ÁRBITRO: Gustavo Tejera (Uruguai).
  • CARTÕES AMARELOS: Nardoni, Memphis Depay, Arias, Martínez.
  • PÚBLICO: 44.238 torcedores.
  • RENDA: R$ 2.579514,00.
  • LOCAL: Neo Química Arena.
Análise por Ricardo Magatti

Repórter da editoria de Esportes desde 2018. Formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), com pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Multimídias pela Universidade Anhembi Morumbi. Cobriu a Copa do Mundo do Catar, em 2022, e a Olimpíada de Paris, em 2024.

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