Uma decisão inesperada do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pode paralisar a Série C do Campeonato Brasileiro. O Pleno do tribunal reconduziu o Araguaína-TO à competição, embora o clube tenha sido eliminado na primeira fase do Brasileiro, ao perder 12 pontos em julgamento de primeira instância pela suposta escalação irregular do atleta Da Silva. O Araguaína vai ter de voltar a disputar a atual edição da Série C. O problema agora é que a competição se encontra na terceira fase. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não quis se manifestar sobre a decisão do STJD. O Departamento Técnico da entidade vai esperar comunicado oficial do tribunal para agir. Uma coisa, porém, é certa: a CBF vai ter de cumprir o determinado ontem pelo Pleno do STJD. Da Silva atuou em partidas da fase inicial do Brasileiro - contra Ananindeua-PA e Imperatriz-MA, exatamente os dois clubes classificados no Grupo 3 para a segunda fase da Série C. Após ser denunciado pelo Paysandu-PA com base no Artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) - escalação de jogador em condição irregular - o Araguaína foi julgado pela Quarta Comissão Disciplinar do STJD e condenado à perda de 12 pontos e a uma multa de R$ 1 mil. Acabou em último lugar no grupo e recorreu da decisão. Mas somente na quarta-feira conheceu a sentença. Após documentação apresentada pela defesa do clube de Tocantins, o relator do processo, Caio César Rocha, deu voto favorável ao Araguaína. Foi acompanhado por mais três auditores. Somente dois votaram contra. "Havia vários erros técnicos no processo, como o prazo não cumprido pelo Paysandu para oferecer a denúncia, a falta de pagamento das taxas processuais, entre outros. Acredito que a tabela de vários jogos da Série C tenha de ser refeita, incluindo partidas da segunda fase", disse o advogado do Araguaína, Rogério Derbly. De acordo com outros advogados ouvidos pelo Estadão/JT, clubes já eliminados da Série C, que deveriam ter enfrentado o Araguaína na segunda fase da competição, podem entrar com recurso na justiça com o objetivo de reintegração. Isso levaria ao risco da paralisação da competição.