Dunga tenta minimizar vexame diante da Venezuela

Técnico culpa falta de entrosamento da seleção e destaca 'crescimento' do futebol venezuelano

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Dunga tentou de todas as formas minimizar a vexatória derrota do Brasil para a Venezuela por 2 a 0 - a primeira na história - na sexta-feira, em Boston, nos Estados Unidos. Para justificar o resultado, o técnico culpou a falta de ritmo de jogo e de entrosamento, as falhas de posicionamento da defesa e até a qualidade do futebol venezuelano - "que vem crescendo muito".   Veja também:  Brasil perde para a Venezuela pela primeira vez na história  Dunga convoca 12 jogadores para amistoso da seleção olímpica   Sem a mesma garra que mostrava na época em que era volante, Dunga garantiu na entrevista coletiva que a seleção não vai se abater para os jogos contra Paraguai e Argentina, nos dias 15 e 18, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. A preparação começa nesta terça, na Granja Comary, em Teresópolis. "Para nós, não muda nada. A pressão vai existir sempre, as críticas são normais e treinador e jogadores têm de estar preparados para isso. Nosso trabalho não vai ser afetado".   O treinador garantiu também não ter se arrependido por ter feito nove alterações em relação ao time titular que havia batido o Canadá na semana anterior, em Seattle. "A gente sabia do risco que ia correr mudando tantos jogadores. É normal ter dificuldades quando não se tem entrosamento", disse. "Os gols que tomamos foram por erros de posicionamentos. Mas eu tinha que colocar todo mundo pra jogar. Se está na seleção, é pra jogar".   Dunga fez questão de ressaltar ainda que a maioria de seus jogadores já estava "há 20, 30 dias de férias". Estranho. Antes da derrota, ele falava (corretamente) que fazia dez dias que a temporada européia acabara para seus atletas. "Isso não serve como justificativa", alfinetou o treinador venezuelano, César Farías. "Nossos jogadores também estavam de férias. E nós dominamos taticamente, especialmente no primeiro tempo".   Dunga tentou sair pela tangente. "Mas no segundo a Venezuela praticamente não nos ameaçou. Criamos chances, mas não conseguimos fazer o gol". O técnico foi para o ônibus da seleção bem cabisbaixo. Estava visivelmente constrangido. Quando lhe questionaram se este havia sido o resultado mais doído em sua história na seleção, disse apenas que "até derrota em treino dói".   Dunga saiu com ironia ao ser lembrado que esta havia sido a primeira vez que o Brasil perdeu para a Venezuela. "Ganhamos do Canadá pela primeira vez na semana passada e não teve repercussão tão grande. Essas coisas são relativas, né?" E ele não poupou elogios aos venezuelanos. "Quando a gente enfrentou a Venezuela em 93, tinha jogador amador, acima do peso. Hoje eles sabem jogar, sabem se postar bem taticamente".

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