O futebol brasileiro avançou em uma série de quesitos na última década. Aprendeu a sobreviver em uma pandemia, com a bola parada e os portões dos estádios fechados. Precisa continuar a se modernizar para voltar a ser referência no próprio País, na América do Sul e nos grandes centros esportivos, como Europa. Formar e vender jogadores não podem ser suas únicas características.
É preciso tirar de vez o pé do amadorismo e ações na calada da noite, e dar mais estrutura a treinadores e atletas, passando pelo conforto do torcedor nas arenas, e pensar menos em politicagem, ganhos pessoais, mudanças de estatutos e gestões impopulares, de modo a fazer com que os presidentes voltem a ser os caras mais importantes da engrenagem.
São eles que montam e sustentam toda a ciranda de um time de futebol, que valoriza demais o técnico, só pensa em fortalecer o elenco e dá a mínima para as condições de trabalho, tão importantes quanto a presença do craque no grupo.

Por que o técnico Felipão vai tão bem no Athletico e se afundou no Grêmio? A resposta é fácil e passa pela estrutura que ele encontrou no clube do Paraná. É só um exemplo entre tantos no futebol do Brasil.
Aqui vai outro: bastou o Cruzeiro se arrumar fora de campo, com SAF e Ronaldo, para a equipe encaminhar sua volta à elite depois de três temporadas afundada na Série B.
Parece claro no futebol moderno e de um calendário desumano, como se vê na temporada, que os presidentes ou donos de clubes precisam trabalhar mais para o time, de modo a oferecer o que ele precisa, assim como para a parte social, e demandar menos tempo e esforço com politicagem, condutas duvidosas e imperfeitas, como mudanças de regras de eleição, a exemplo do que fez o presidente do São Paulo, Julio Casares. É fundamental para a sobrevivência do futebol que condutas desse tipo não estejam no foco de quem comanda.
A exemplo da política brasileira, o futebol tem vivido de promessas que não se concretizam, quando o torcedor pede apenas administrações mais sérias, menos personalistas e com mais foco no que realmente interessa: ter um bom time no ano, pagar as contas e não se endividar e atender aos anseios dos associados na arena.
Ainda como na política brasileira, os presidentes de clubes governam para eles próprios e para interesses de seus grupos e não para as cores da bandeira que defendem, tampouco para o único objetivo que os levaram ao poder: atender às demandas do torcedor. No caso de Brasília, do povo brasileiro.
O futebol não pode refletir a fragilidade da política e todos os seus males, tampouco os cartolas devem beber na cartilha desses políticos interesseiros e sem escrúpulos, que se valem das cadeiras para as quais foram eleitos para enriquecimento próprio. O futebol tem fugir dessa podridão.