Geninho volta ao palco da revolta

Para poder atender os torcedores, o treinador exige uma vitória sobre o São Caetano, neste domingo, às 17h, no Pacaembu, o mesmo palco da revolta do meio de semana.

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Por Agencia Estado
Atualização:

As vaias e os gritos de "Parreira, Parreira", que Geninho teve de ouvir no jogo com o Cruz Azul, quarta-feira, serviram de alerta. Ele entendeu o recado: a Fiel quer o inédito título da Libertadores. Para poder atender os torcedores, o treinador exige uma vitória sobre o São Caetano, neste domingo, às 17h, no Pacaembu, o mesmo palco da revolta do meio de semana. Com os três pontos, a equipe ficará com a classificação bem encaminhada à próxima fase do Campeonato Paulista e o técnico poderá pensar só na competição sul-americana. O fato de ter de encontrar de novo grande parte dos torcedores que o vaiaram na partida contra os mexicanos não parece amedrontar Geninho. "Quem foi técnico do Santos e sofreu as pressões que eu sofri na Vila Belmiro não pode ter medo de pressão. Tenho de conviver com as vaias. É muito difícil para qualquer treinador passar um ano sem ser vaiado. Fui vaiado uma vez em um mês, está ótimo", disse, tentando mostrar tranqüilidade. A torcida não gostou do futebol que o time mostrou, principalmente no segundo tempo contra o Cruz Azul. Geninho não concorda com os torcedores. Enxergou virtudes em sua equipe. "Gostei da maneira como time marcou o Cruz Azul. Foi uma marcação forte, não demos espaços para o adversário. Pedi para que meus zagueiros e volantes perguntassem aos nossos atacantes como eles preferem ser marcados, se à distância ou bem de perto. Foi a maneira que encontrei para dizer aos meus jogadores que a marcação à meia-pressão incomoda mais os adversários do que a feita de longe", disse o treinador. Críticas ao setor esquerdo - Se a marcação mereceu elogios, a precipitação mostrada em alguns momentos e a insistência em centralizar as jogadas de ataque pelo lado esquerdo foram criticadas pelo técnico. "Quero que o time faça lançamentos na diagonal, que tente a inversão de jogadas. Mas tudo isso tem de ser feito sem que a equipe perca a sua maior característica, que é o toque de bola. Não podemos nos precipitar e fazer um lançamento errado quando poderíamos manter a posse de bola. Outro problema é o vício que temos, de atacar pelo setor esquerdo. Isso favorece a marcação dos adversários. Quando estamos com a bola, eles sabem que vamos atacar com o Gil e o Kléber e somos anulados com facilidade", comenta o treinador, criticando o setor da equipe que era o mais elogiado pelo seu antecessor, Carlos Alberto Parreira. O time enfrenta o São Caetano com a mesma formação que iniciou a partida contra o Cruz Azul. O atacante Liedson, que marcou o gol da vitória sobre os mexicanos e acabou sendo o pivô da revolta de parte da Fiel, ao ser substituído aos 31 minutos do segundo tempo pelo meia Fumagalli, também aproveita para fazer críticas. Ele não foi nada sutil à insistência do time em atacar pela esquerda. "Acho que atuamos muito pela esquerda. Muitas vezes fiquei livre contra o Cruz Azul e não recebi a bola. Temos de corrigir este defeito", afirma. O meia Jorge Wagner só deve estrear no outro domingo, contra o América, em Rio Preto.

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