O atacante Jonathan Calleri salvou o São Paulo aos 44 minutos do segundo tempo com um gol quase sobrenatural diante do Botafogo, no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista. Desequilibrado e com pouco ângulo, o argentino tirou um coelho da cartola no final do jogo e foi o responsável pelo placar sofrido de 1 a 0 nesta quarta-feira, encerrando um jejum de cinco jogos sem vitória do São Paulo.
Com o tento, Calleri também encerra um jejum pessoal. Seu último gol havia sido marcado no dia 8 de fevereiro, contra o Água Santa. Ao todo, foram dez jogos em branco.

Calleri foi contratado como grande esperança de gols do Boca Juniors e teve início avassalador. Ele marcou três gols em dois jogos e encaminhou uma passagem marcante – seu contrato vai apenas até o final do semestre. O argentino havia marcado contra o Cesar Vallejo, pela fase de pré-Libertadores, e mais dois na partida contra o Água Santa. Em seguida, alternou boas e más atuações. Seu futebol caiu juntamente com a crise são-paulina. Deixou de fazer gols e também acumulou atuações apagadas. Ontem, parece ter dado o primeiro passo para recuperar a boa fase.
São Paulo bate o Botafogo por 1 a 0
O gol vitorioso saiu aos 44 minutos do segundo tempo. Paulo Henrique Ganso lançou na área. Calleri chutou de primeira, a bola desviou na defesa e encobriu o goleiro Neneca. O gol foi importante para o atacante argentino, que não marcava há 11 duelos.
O gol de Calleri foi uma espécie de redenção da equipe em uma noite difícil. Na patida, o treinador Edgardo Bauza errou no esquema tático inicial, voltou atrás no intervalo, mas não conseguiu mostrar um time criativo e dinâmico. O Botafogo é o lanterna do grupo do Santos e luta contra o rebaixamento.
O argentino foi o jogador mais adiantado do novo esquema adotado pelo técnico Edgardo Bauza. Foram escalados três volantes para proteger a zaga e mais dois meias (Daniel e Ganso) para fazer a bola chegar ao ataque. Não houve articulação entre esses setores, no entanto. Calleri ficou isolado e praticamente não fez nada no primeiro tempo.
O primeiro tempo foi sofrível, do ponto de vista da criação de jogadas. Daniel e Ganso fizeram apenas uma boa jogada, uma tabelinha no meio da etapa inicial. E a zaga também não foi protegida porque a melhor chance foi do Botafogo quando Denis salvou um chute no ângulo, aos 34.
Bauza soube voltar atrás e fez uma espécie de mea culpa no intervalo. Desmontou o esquema iniciou e escalou a revelação Lucas Fernandes no lugar de Carlinhos. Depois optou por Kardec para buscar o jogo aéreo e até Kelvin. Calleri, antes isolado, ganhou companhia e a equipe começou a pressionar principalmente no jogo aéreo.
A partida foi uma despedida simbólica do Pacaembu. O próximo jogo em casa, no dia 2 de abril, será no Morumbi, contra o Oeste. No final da partida, os quase três mil pagantes no Pacaembu, o pior público do São Paulo no torneio, engoliram a vaia que já estava ensaiada e aplaudiram. Mas apenas o atacante argentino.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 0 BOTAFOGO
SÃO PAULO: Denis; Caramelo (Kelvin), Maicon, Lugano e Bruno; Hudson, João Schmidt, Carlinhos (Lucas Fernandes), Daniel (Kardec) e Ganso; Calleri. Técnico: Edgardo Bauza.
BOTAFOGO: Neneca; Daniel, Caio Ruan; Mirita e Diego Pituca; Allan Dias, Rodrigo Thiesen, Alemão (Léo Coca) e Carlos Alberto (Mateus Mancini); Samuel Santos e Serginho (Diogo Campos). Técnico: Márcio Fernandes.
Gol: Calleri, aos 44 minutos do segundo tempo.
Juiz: Rafael Gomes Felix da Silva
Cartões amarelos: Samuel Santos, Carlos Alberto, Serginho, Bruno, Ganso e Maicon.
Público: 2.978 pagantes.
Renda: R$ 129.026,00
Local: Pacaembu, em São Paulo.
São Paulo em 2016

