Toda terça-feira, às 20h30, um grupo de mulheres se reúne em uma quadra de futebol society em São Paulo. Lá, elas escutam algumas instruções, se separam em times com coletes de cores diferentes e fazem o que gostam: jogar futebol. Elas integram o projeto Passa a Bola, que visa garantir um espaço para que garotas possam jogar futebol de graça. As reuniões acontecem no Playball da Barra Funda.
O projeto foi idealizado por Luana Maluf, youtuber e embaixadora da marca Puma no Brasil. Ela conta que teve a ideia após pedidos nas redes sociais. “Eu jogo futebol desde que era pequena, na rua, depois no colégio, na faculdade, e continuei após terminar. Na internet, comecei a receber mensagens de mulheres que sempre jogaram bola mas não tinham onde jogar, gente que mora longe e tem amigas que não gostam de futebol, viram minhas fotos que eu jogava toda semana. Então eu resolvi abrir o dia da quadra que eu alugo com minhas amigas para todas as meninas”, relata.
Licia Oliveira, de 36 anos, conta que, depois da faculdade, não conseguiu mais reunir as amigas. “Começamos a trabalhar, algumas casaram e tiveram filhos, não tiveram mais tempo para isso. E nós mulheres ainda temos aquela coisa de ter que ficar em casa para cuidar dos filhos, que não é tão forte para os homens. Por isso é bom poder jogar aqui”, afirma.
Apoio
Luana buscou a ajuda da Puma, marca da qual é embaixadora. A empresa alemã concordou em ajudar, fornecendo estrutura e materiais, além do auxílio na divulgação. “Quando ela nos apresentou aceitamos na hora, sabíamos que tínhamos que nos envolver e chegamos ao Passa a Bola, que começou em um evento que reuniu mulheres de diversas histórias e origens diferentes, que se encontram no mesmo esporte” afirma Fábio Kadow, diretor de marketing da Puma Brasil.
No evento de lançamento do projeto, a Puma colaborou levando Emily Lima, técnica do time feminino do Santos e ex-técnica da seleção brasileira feminina, para dar uma palestra.
Luana diz que existe uma lista de espera para jogar. “As inscrições passaram do número que a gente consegue levar. Estou com uma lista de espera de umas sessenta meninas para as próximas semanas, fora o grupo fixo que é maior ainda”, diz. Segundo as participantes, uma das principais razões para aderir é a certeza de que haverá gente para jogar.
Luana conta que busca resolver esse problema. “Vou atrás de patrocínios para bancar mais um campo, para termos pelo menos duas quadras todas as terças, porque aí consigo levar mais ou menos oitenta meninas por dia”, diz. Outra novidade será um campeonato, a ser realizado a partir do segundo semestre e que está em fase de planejamento.