Há 34 anos, Pelé marcava o gol número 1000

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Por Agencia Estado
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Há exatos 34 anos, Pelé faria o gol que mais perseguiu durante toda a carreira: o emblemático milésimo. A partida valeu pelo torneio Roberto Gomes Pedrosa, contra o Vasco, no Maracanã. A imprensa da época estava desconfiada que a sua genialidade havia elegido o palco e o adversário. No jogo anterior ele já tinha 999 gols e, contra o Bahia, em Salvador, desperdiçou algumas oportunidades fáceis. A desconfiança era que ele queria marcar no maior estádio do mundo e no seu time do ?coração?, o Vasco. "Foi Deus quem escolheu o momento e o local", disse depois. Fez o milésimo de uma maneira simples: de pênalti. Aos 33 minutos do segundo tempo, a partida estava empatada por 1 a 1. Pelé invadiu a área e foi derrubado pelo zagueiro Fernando. O árbitro Manoel Amaro de Lima marcou. O argentino Andrada ficou revoltado. Havia prometido que não entraria para a história como o goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé. Nas arquibancadas, 65.157 pessoas sabiam que acompanhariam ao vivo um fato histórico. Eram 23 horas e 17 minutos quando o pé direito de Pelé tocou a bola para o canto esquerdo. Andrada se esticou todo e caiu certo que estaria marcado para o resto de sua vida. Os repórteres cercaram Pelé, que beijava a bola. Suas frases ficaram marcadas. "Pensem no Natal. Pensem nas criancinhas." Foi o que bastou para as críticas que o magoam até hoje. "Dediquei o gol às criancinhas abandonadas. Me chamaram de hipócrita e alienado. O tempo mostrou quem eu estava certo", desabafou. Esquerdistas ficaram revoltados porque acreditaram que ele perdeu uma grande chance para criticar a ditadura do País para o mundo. A raiva cresceu quando Pelé recebeu uma placa de Ordem do Mérito pelo gol em Brasília entregue pelo presidente Médici. A perseguição ideológica aumentaria com a conquista do tricampeonato mundial. Pelé completaria a inigualável marca de 1.281 gols em 1.375 partidas.

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