'Mal posso esperar para começar', diz novo treinador da seleção feminina de futebol dos EUA

Vlatko Andonovski assume equipe campeã do mundo com o desafio de garantir classificação para Tóquio-2020

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Por Andrew Das
Atualização:

Vlatko Andonovski, o novo treinador do time feminino de futebol dos Estados Unidos, conhece o lugar que a equipe ocupa no esporte. Ele sabe que dele se espera que o time vença todos os jogos e domine todos os torneios. Ele sabe ainda que suas atuações são há muito tempo o padrão ouro no futebol feminino e sabe que a expectativa é de que nada que faça venha a mudar isso.

Talvez não fosse necessário lembrar Andonovski na segunda-feira, seu primeiro dia como técnico dos EUA, de que sua antecessora, Jill Ellis, havia vencido as duas últimas Copas do Mundo e que ela não havia perdido nenhum jogo em nenhuma delas. "Obrigado", ele brincou em uma entrevista coletiva, "por colocar mais pressão".

Vlatko Andonovski, técnico da seleção feminina dos EUA Foto: Emilee Chinn/AFP

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Na realidade, Andonovski entrará em seu trabalho plenamente consciente dos desafios que estão por vir e mais bem posicionado do que a maioria. Imigrante macedônio de 43 anos de idade que ganhou experiência como jogador nas ligas europeias e no futebol de salão antes de ser treinador, Andonovski passou os últimos sete anos na Liga Nacional de Futebol Feminino. Por cinco vezes, liderou suas equipes – incluindo as capitãs da seleção nacional, Becky Sauerbrunn e Megan Rapinoe – para a pós-temporada.

Foi na NWSL, de fato, que ele chamou a atenção da gerente geral da nova equipe nacional de futebol americano dos EUA, Kate Markgraf. Enquanto Markgraf fazia dezenas de ligações para treinadores e jogadores atuais e antigos em sua busca pelo substituto de Ellis, o nome de Andonovski continuava aparecendo. Ele conquistou tanto Markgraf quanto a equipe técnica da liga americana de futebol, com uma apresentação que fez durante sua entrevista em Chicago. O conselho de futebol dos EUA aprovou sua contratação por unanimidade. "Mal posso esperar para começar", disse Andonovski na segunda-feira. "Estou ansioso pelo primeiro dia em campo".

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Esse dia chegará rapidamente: a equipe terá dois amistosos na próxima semana – contra a Suécia (em 7 de novembro) e Costa Rica (10 de novembro) – e se reunirá no início do próximo ano, quando os Estados Unidos sediarem o torneio de qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Colocar a equipe nos Jogos, disse Andonovski, "será a primeira coisa na agenda".

Mas ele assume em um momento crítico. No time feminino, Andonovski herda um elenco cheio de jogadoras confiantes em seus talentos e opiniões, mas também em um processo de discriminação de gênero contra o futebol dos EUA; um que se espera que recupere o título olímpico, que perdeu em 2016 após três campeonatos consecutivos; e um que tentará atender às grandes expectativas, restringindo programas europeus emergentes que ameaçam prejudicar a primazia de longa data das americanas.

"O que essa equipe fez e o que Jill fez é incrível", disse Andonovski . 'Jill foi contratada para vencer uma Copa do Mundo e ganhou duas. Apenas elevou ainda mais os padrões." Mas ele reconheceu que a equipe precisava "evoluir" para permanecer no topo." O motivo é que o jogo está evoluindo de Copa do Mundo em Copa do Mundo, mas também está evoluindo ano a ano", disse ele. "Se não seguirmos essas tendências, todas as outras equipes nacionais nos alcançarão. Mas, ao mesmo tempo, não quero apenas seguir as tendências; quero definir essas tendências. Queremos ser criativos e ser líderes nisso."

Por esse motivo, disse Andonovski, ele planeja usar cada campo de treinamento para iniciar o processo de longo prazo de orientar a equipe em sua própria evolução. Talvez isso seja ainda mais difícil para um novo técnico do que os desafios em campo que virão, já que refazer a equipe no próximo ciclo da Copa do Mundo provavelmente envolverá o descarte de alguns nomes familiares e a introdução de novos rostos." O mais importante é quem pode fazer o trabalho", disse ele sobre a possibilidade de ter de liberar algumas veteranas. "O que importa é o desempenho." / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

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