Mano Menezes manda para longe a fama de retranqueiro

No Corinthians, técnico arma a equipe com um volante, dois meias e três atacantes

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O estilo de jogo do futebol gaúcho, de forte marcação, acaba deixando os treinadores que vêm do Estado com a fama de retranqueiros. Não foi diferente com Mano Menezes em sua chegada ao Corinthians, em janeiro. Principalmente porque suas primeiras escalações apresentavam três zagueiros.   Veja também:  Perdigão desfalca o Corinthians por quatro semanas   Foram precisos quatro meses para Mano chutar essa má fama para longe do Parque São Jorge. E foi um chute de primeira. Para aqueles que se lembravam do Grêmio que só apanhava fora de casa porque abdicava do ataque (foi assim na Libertadores de 2007, quando só teve um triunfo como visitante), a escalação corintiana atualmente é o ápice da ofensividade: só um volante, dois meias e três atacantes, sendo dois deles pontas.   "Sempre preferi atuar no 4-4-2. Hoje meu time se adaptou bem ao esquema com três homens mais avançados. No começo do ano era necessidade sermos defensivos. Só isso", explica Mano. Não há time que jogue assim hoje no Brasil. O Palmeiras, de Vanderlei Luxemburgo, de vez em quando arrisca com Lenny e Denílson abertos. Mas não é a primeira opção.   A ofensividade de Mano teve um desfecho curioso na terça-feira, no Rio de Janeiro: Cuca, técnico do Botafogo, esperou a escalação corintiana para anunciar seu time. Ao saber que os três atacantes estavam mantidos, algo que muitos duvidaram, ele foi quem se retrancou com três zagueiros. Deixou o primeiro tempo perdendo por 1 a 0 e teve de se abrir. Conseguiu a virada, mas o Corinthians teve dois gols anulados e saiu reclamando da arbitragem.   "Tenho que respeitar a maneira que a equipe está atuando. Estamos jogando bem e não tem por que mudar", comenta Mano. Os resultados são vistos em números: o Corinthians fez gols nas últimas 17 partidas - todas elas depois da derrota de 1 a 0 para o Palmeiras, em 2 de março. São 54 gols em 30 jogos, média de 1,8 por confronto. É próxima da do Palmeiras (1,89) e superior às de São Paulo (1,34) e Santos (1,65). Sem contar que o Corinthians está na semifinal da Copa do Brasil e lidera a Série B com 100% dos pontos.   A questão que fica para encarar o Botafogo na volta, quarta-feira que vem, é quem entrará nas vagas de Fabinho, André Santos, Carlos Alberto e Lulinha, suspensos. Mudança de esquema no jogo em que precisa vencer para chegar à final? "O ideal é mexer o mínimo na tática", avalia Mano.   Nas laterais não deve haver segredo - Alessandro entra na direita e Wellington Saci na esquerda. Nilton deve ocupar a vaga de Fabinho. O problema é na frente. Se Acosta estiver na posição de Lulinha, teria que jogar mais fixo e Herrera atuar mais aberto. Só que o argentino se deu bem como centroavante. Uma decisão que Mano tem uma semana para tomar.

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