Nunca senti frio na barriga em jogo da seleção brasileira. Nem vivi tanta expectativa por uma estreia como nesta Copa do Mundo em relação a um jogador específico. Refiro-me a Neymar. Essa história de o Brasil começar somente no quinto dia da competição é de doer. O tempo, negando o narrador esportivo, não passa! O Brasil faz seu primeiro jogo no Catar amanhã, 16h, contra a Sérvia.
A ansiedade é para saber como o melhor jogador do Brasil vai se virar em campo. A derrota da Argentina diante da Arábia Saudita foi uma paulada e fez ligar o sinal de alerta. Messi é maior do que Neymar e carrega uma maldição em Mundiais. Nunca deu certo. E olha que ele está em sua quinta tentativa. Desde 2006, quando se tornou o argentino mais novo a jogar e a marcar em Copas, com 18 anos, ele tenta ser feliz na competição da Fifa.

Ganhou no sub-20, em 2005, quando foi eleito o Bola de Ouro e o Chuteira de Ouro. Mas quando passou a figurar no time principal, só fez sofrer. Ontem, foi para o inferno mais uma vez ao ver sua equipe cair diante dos sauditas. Isso mesmo! Dos sauditas!
Messi ganhou o ouro olímpico em 2008, em Pequim, mas na Copa da África do Sul, dois anos depois, passou sem marcar e a seleção foi eliminada nas quartas pela Alemanha. E olha que nesta Copa a AFA (Federação Argentina de Futebol) escalou ninguém menos do que Maradona para comandá-lo no país de Nelson Mandela.
O fiasco de Messi também se deu em 2014, quando perdeu a final no Brasil novamente diante dos alemães. O torcedor brasileiro ficou dividido no Maracanã. Foi vice, sua melhor colocação em Mundiais.

Em 2018, o time estava bagunçado. Perdeu nas oitavas de final para a campeã França.
Agora, a Argentina leva para o Catar muita esperança e um Messi mais leve, menos tenso e feliz apesar de sua despedida. Mas a maldição ainda o persegue em Mundiais.
A mesma maldição atinge, por ora, Neymar. Ela já esteve sobre Zico, uma lenda no futebol brasileiro que também nunca ganhou a competição. Neymar está em sua terceira tentativa, após dois fracassos, um deles em casa. Em 2014, ele se machucou contra a Colômbia e não jogou mais. Pediu para ficar com o grupo para ver de perto a derrota da seleção no Mineirão diante da Alemanha.
Neymar já era um dos melhores do mundo. Quatro anos depois, na Rússia, em condições físicas debilitadas, foi um fiasco. Esperava-se mais dele.
Deixou Moscou com a pecha de jogador ‘mimimi’ e nunca mais foi o mesmo. Deixou de figurar nas listas dos melhores do planeta mesmo sem deixar de ser um jogador badalado.
Craques ficaram fora da Copa. Sadio Mané e Benzema foram dois deles. Messi começou torto. Lewandowiski perdeu pênalti. Mas Mbappé foi bem. Agora, a espera é por Neymar.