Líder isolado do Campeonato Brasileiro, atual campeão, melhor ataque e melhor defesa, atuação de gala sobre o rival em confronto direto pela ponta. O Palmeiras reúne todas essas condições e adiciona à receita do momento o bom futebol para celebrar a goleada na noite deste sábado por 4 a 0 sobre o Santos, no Pacaembu. O time do técnico Luiz Felipe Scolari chegou aos 13 pontos aos gritos de "olé" e abriu vantagem na classificação.
A chave para a vitória convincente foi reunir a capacidade técnica do time à postura decidida de quem demonstrou um apetite imenso para ganhar. Embora seja conhecido pelo estilo pragmático e criticado às vezes pelo futebol de resultado, Felipão mostrou o quanto sabe ser ofensivo tanto quanto o treinador Jorge Sampaoli, do Santos. O argentino errou na escalação e viu o time ser dominado.
O Palmeiras acumula agora 28 jogos seguidos sem perder no Brasileiro e se firma cada vez mais como um dos favoritos ao título da competição. Além de ter vencido um adversário direto e com quem estava empatado antes do início da rodada, a equipe cativou aplausos pois poderia ter feito um placar ainda maior.
O encontro entre os dois líderes do Brasileiro e entre dois dos técnicos mais badalados da competição começou com cordialidade. Felipão e o colega Sampaoli trocaram um longo abraço e conversaram por um bom tempo antes do jogo. Outra demonstração de amizade veio no encontro do palmeirense Gómez e com o santista Derlis Gonzáles. Os dois paraguaios se conhecem há bastante tempo e são colegas de seleção.
Quando o jogo começou, as gentilezas vieram só lado santista. Um time mal posicionado deu espaços e deixou o adversário jogar. Os laterais Victor Ferraz e Jorge não foram escalados e deixaram a equipe com dificuldades na saída de bola e com muito espaço na defesa. A marcação avançada imposta pelo Palmeiras encurralou Felipe Jonatan pela esquerda e Alison pelo meio.
O ritmo forte do time alviverde deu resultado logo aos cinco minutos. Dudu cobrou falta e Gómez desviou de cabeça para marcar. O gol ainda levou um tempo para ser verificado pelo árbitro de vídeo até a confirmação. Pouco depois o Palmeiras acertou a trave. O atual campeão brasileiro acuou o Santos, com muita marcação dos jogadores ofensivos e um grande cerco aos volantes adversários durante a saída de bola.
A postura combativa gerou o segundo gol aos 18 minutos. Zé Rafael insistiu, desarmou Diego Pituca e serviu para Dudu cruzar. Deyverson desviou de leve e ampliou. O placar justo de 2 a 0 quase aumentou nos minutos depois, já que o Palmeiras tinha liberdade a ponto de trocar passes dentro da área adversária. O Santos estava atordoado, principalmente pela falta de marcação no lado esquerdo.
Sampaoli reagiu ao inverter posições e conter uma desvantagem ainda maior. Para o segundo tempo, o Santos voltou com o meia Jean Mota para conseguir levar mais perigo ao Palmeiras. Mas deu errado. O já desorganizado e caótico sistema de marcação ficou ainda mais vulnerável e levou outro golpe aos seis minutos. Em contra-ataque, Zé Rafael chutou, a bola desviou em Aguilar e tirou as chances de Vanderlei: 3 a 0.
O placar elástico se manteve pois o Palmeiras estava inspirado até na defesa. Weverton fez milagre em uma tentativa de Soteldo e teve sorte ao ver a bola tocar no travessão em cobrança de falta de Cueva. As substituições de Sampaoli não ajudaram o Santos e até fizeram o time ficar mais exposto na defesa. O Palmeiras perdeu pelo menos outras duas chances claras na frente do goleiro.
Nos minutos finais ainda teve o golpe de misericórdia. O atacante Dudu puxou contra-ataque, cruzou grande parte do campo e só rolou para Hyoran completar e confirmar a goleada. Um placar incontestável, com uma atuação sublime e motivos de sobra para a torcida comemorar e repetir o mantra do ano passado: segue o líder.
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