Palmeiras tenta fechar as contas e vê prejuízo no clube social

Patinação e piscinas jogam as contas para o vermelho; time discute a continuidade dos esportes amadores

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Por Juliano Costa - Jornal da Tarde

As contas do futebol do Palmeiras devem fechar o ano no vermelho, como aponta o balancete do mês de outubro. Mas, proporcionalmente, quem dá mais prejuízo são os departamentos amadores, como o de patinação e do conjunto aquático. O fato leva à discussão se vale a pena ter o futebol atrelado aos outros esportes ou é possível adaptar-se ao modelo da Europa, onde times são administrados por empresas e sócios não têm piscina para usar, por exemplo.   Veja também: Palmeiras se mexe para manter Kléber, mas Martinez deve sair  Para Evandro, Libertadores será como título no Palmeiras  Simule os resultados das rodadas finais da Série A  Brasileirão Série A - Classificação  Dê seu palpite no Bolão Vip do Limão   "A realidade da Europa é diferente. Não há como se comparar", diz o segundo vice-presidente, Paulo Nobre. "O futebol é a locomotiva, mas o Palmeiras é uma sociedade esportiva, com uma história riquíssima nos chamados esportes amadores. O ideal é chegar a uma administração que não dê prejuízos, claro, mas não podemos abrir mão do social."   Alguns departamentos chegam a custar oito vezes mais do que geram de receitas, como aponta o balancete. "Isso está previsto no orçamento", diz o quarto vice-presidente, Ebem Gualtieri. A justificativa é que, em qualquer empresa, os departamentos mais lucrativos subsidiam outros e a máquina anda sozinha. Mas há quem defenda a separação do futebol profissional do restante do clube, como o ex-presidente Mustafá Contursi - ironicamente atacado por dar atenção demais à área social. "É tudo Palmeiras e é assim que as coisas devem ser tratadas", rebate Paulo Nobre.   Os gastos dos departamentos amadores são irrisórios se comparados aos do futebol, que já consumiu R$ 92 milhões no ano - 80% do total gasto pelo clube. Mas o departamento administrado por Gilberto Cipullo ainda está no azul, já que arrecadou R$ 96 milhões com vendas de jogadores, patrocínios, cotas de TV e bilheteria.   Os demais departamentos dão prejuízo. O conjunto aquático, por exemplo, rendeu pouco menos de R$ 400 mil no ano, mas já consumiu R$ 1 milhão. A patinação, tradicional no clube, arrecadou R$ 45 mil, mas gastou R$ 122 mil - quase três vezes mais. Mas o grande vilão é o departamento de esportes amadores - bocha, judô e tênis de mesa, dentre outros. Para os R$ 200 mil gerados já foram gastos R$ 1,6 milhões.   "A bocha e o judô estão gastando demais", reclama Francisco Ippolito Neto, membro do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) que votou contra a prestação de contas do mês de outubro - apesar de ter sido eleito na chapa de Affonso Della Monica.   "É óbvio que não se pode esperar grandes receitas desses departamentos e isso foi falado na reunião do COF", diz Gualtieri. "O valor arrecadado vem do sócio, através de uma pequena taxa sobre a mensalidade que não é alta (R$ 56 no plano básico). Não há receitas de patrocínio, por exemplo, como acontece com o futebol."   MELHOR QUE O RIVAL Ebem Gualtieri admite que o clube fechará o ano no vermelho, mas numa situação melhor que a do São Paulo. "Eles já admitiram que terão prejuízo de R$ 12 milhões. Eu não tenho dúvidas que o nosso será muito menor." Sem citar o rival, Paulo Nobre emenda: "Esta diretoria assumiu numa situação muito delicada há dois anos. Todas as receitas já haviam sido antecipadas. Foi feito malabarismo para colocar a casa em ordem. E, aos poucos, você percebe a evolução."   O contrato com a Adidas teve o valor triplicado (são agora R$ 9,2 milhões), mas um terço já precisou ser adiantado para dar como garantia em operações bancárias. "E vamos renovar com a Fiat por uma quantia maior também", finaliza Gualtieri, sem citar valores.  

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