O sonho do Palmeiras de ganhar um título mundial neste ano continua vivo graças à estrela de Marcos. O time empatou com o Cruzeiro por 2 a 2, nesta quarta-feira, no Mineirão, e se classificou ao vencer na decisão por pênaltis por 4 a 3. O goleiro palmeirense defendeu três cobranças. Outro ídolo da equipe paulista, o meia Alex, teve sua noite de vilão. Perdeu um pênalti no tempo normal e outro na série decisiva. No primeiro confronto, houve empate (3 a 3), há uma semana, no Palestra Itália. Para o Palmeiras, marcaram Lopes, Arce, Fernando e Muñoz. Para os mineiros, fizeram Marcelo Ramos, Cris e Marcus Vinícius. Na próxima quarta-feira, a equipe paulista inicia a disputa por uma vaga na final da Copa Libertadores da América contra o Boca Juniors, da Argentina, que eliminou o Vasco. O clima de rivalidade entre as duas equipes, que vêm se enfrentando em jogos decisivos nos últimos anos, refletiu no comportamento dos torcedores. O ônibus palmeirense foi apedrejado por cruzeirenses quando chegava ao Mineirão. Na partida também houve muita disputa, como no primeiro duelo, em São Paulo. O Cruzeiro entrou desfalcado do atacante Geovanni, suspenso, e do lateral-esquerdo Sorín, que teve de viajar na quarta-feira para a Argentina, onde defenderá a seleção local contra a Colômbia, no domingo. Mesmo assim, o time mineiro começou melhor e logo marcou o primeiro gol. Alessandro, que substituiu Geovanni, fez boa jogada, driblou Felipe e chutou forte, sem chances para Marcos: 1 a 0. Aos poucos, porém, o Palmeiras equilibrou o jogo e passou a levar muito perigo. Teve uma grande chance para empatar aos 24 minutos. Alex recebeu passe de Felipe e foi derrubado por André: pênalti. Na cobrança, Alex acertou a trave. Pouco antes, Fábio Júnior havia desperdiçado outra grande oportunidade de marcar. No intervalo, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, tentou invadir o vestiário do juiz Carlos Eugênio Simon para reclamar de sua atuação. "Ele veio com o propósito de nos roubar", esbravejou o dirigente, que não gostou da marcação do pênalti para o Palmeiras. A escolha do árbitro foi bastante contestada. Simon move um processo na Justiça contra o técnico cruzeirense, Luiz Felipe Scolari. Na segunda etapa, o técnico do Palmeiras, Celso Roth, trocou Fábio Júnior e Juninho por Basílio e Tuta. A substituição deu resultado. Basílio entrou bem e criou as principais jogadas do time. Aos 8, ele sofreu falta de Luisão. Arce cobrou bem, a bola passou por todo mundo e entrou: 1 a 1. Os paulistas quase não tiveram tempo para comemorar. Logo em seguida, Ricardinho cruzou para Cris fazer de cabeça o segundo gol cruzeirense. Nos últimos minutos, contudo, Scolari recuou o time demais e acabou pagando pelo medo. Aos 39, Arce cobrou falta na cabeça de Alexandre, que empatou novamente: 2 a 2. O nervosismo continuou na decisão por pênaltis, já que vários jogadores erraram suas cobranças. E, no final, prevaleceu a estrela do goleiro Marcos, herói palmeirense mais uma vez.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.