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Parreira promove vestibular na Seleção

Treinador utiliza o amistoso desta quarta-feira para avaliar Emerson, Robinho e Ricardo Oliveira, entre outros. Cafu e Ronaldinho Gaúcho são titulares absolutos.

Por Agencia Estado
Atualização:

A seleção brasileira enfrenta, nesta quarta-feira, uma das mais fracas seleções entre todas as filiadas à Fifa: Hong Kong, apenas a 134.ª equipe no ranking da entidade. Mesmo assim, por incrível que pareça, a partida tem significado importante para alguns atletas, comentou Carlos Alberto Parreira. E o treinador justificou sua opinião. Jogadores como Emerson, Robinho e Ricardo Oliveira receberão oportunidade que dificilmente teriam nas Eliminatórias ou em competições oficiais. Se conseguirem aproveitá-la, podem voltar a ser chamados e, quem sabe, brigar por posição de titular. O jogo, programado para as 7 horas (de Brasília), com transmissão pela TV Globo, apresentará um Brasil com novidades em relação ao time que vinha jogando no fim de 2004. A principal será a entrada de Emerson, da Juventus de Turim, no meio-campo. O volante, capitão da seleção até poucos dias antes do início da Copa de 2002, perdeu o prestígio e o lugar depois da contusão sofrida às vésperas do Mundial e, agora, pretende iniciar o processo de recuperação. Robinho deve ter a primeira chance real. A possibilidade de ser titular é grande, embora Parreira diga que pode colocar Júlio Baptista em seu lugar no ataque. De qualquer maneira, mesmo que comece no banco, entrará no segundo tempo. E terá condições de mostrar que se trata de um atleta selecionável, que pode se destacar também no time nacional, e não apenas no Santos. "O jogo é uma boa oportunidade para que eu veja outros jogadores", analisou o técnico brasileiro. "O que eu posso dizer para eles (atletas) sobre o amistoso com Hong Kong? Que é importante? Claro que não, mas vou dizer que é importante defender a seleção, que é a oportunidade de alguns atletas atuarem, como o Emerson." Ao contrário do que se imaginava, o amistoso não atrai tanta atenção do público. Até sexta-feira, havia 16 mil ingressos à disposição dos torcedores. Embora não haja um número oficial da Associação de Futebol de Hong Kong, o movimento nas bilheterias nesta segunda-feira não foi grande e, assim, restam milhares de entradas. "Não acredito que o estádio tenha a lotação total, de 40 mil pessoas", observou Esther Nam, jornalista do Ming Pao Newspapers Limited, de Hong Kong. A ausência de Ronaldo - ainda não confirmada de forma oficial pela comissão técnica, que diz ter esperança de recebê-lo nesta terça-feira -, bastante comentada na ilha asiática, ajudou a diminuir o interesse. Entre os atletas da seleção, ele divide com Ronaldinho Gaúcho a preferência dos hong-kongoneses. Ambos, porém, perdem de longe para o inglês David Beckham. Na estréia da seleção em 2005, Parreira não terá, além de Ronaldo, o zagueiro Roque Júnior e o atacante Adriano, machucados, e o goleiro Dida e o meia Kaká, que não foram cedidos pelo Milan. Luís Fabiano também foi vetado pelo Porto e não viajou para a Ásia. O amistoso será realizado em comemoração ao Ano Novo Chinês, que passará do Ano do Macaco para o Ano do Galo. Após o confronto, haverá desfile pela ilha e muita festa. Dentro do campo, no entanto, os chineses esperam, mesmo, uma festa brasileira. A seleção de Hong Kong, embora esteja treinando há quase duas semanas para o jogo, é fraquíssima. A base da equipe é local e, apesar de ser uma região administrativa da China, Hong Kong disputa os torneios oficiais com seu próprio time. Nas Eliminatórias Asiáticas, foi eliminada na primeira fase. No jogo de despedida, um vexame. Apanhou de 7 a 1 da China. A última seleção forte que enfrentou foi a Dinamarca, em 1993 - perdeu por 2 a 1. Os hong-kongoneses, que entraram em campo com cinco defensores, são dirigidos por dois treinadores, Lai Sun Cheung e Tsang Wai Chung. Segundo os próprios torcedores, contudo, poderia ter 10 comandantes que dificilmente conseguiria ter algum sucesso. Falta talento.

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