Um dia após a morte do corintiano Clayton Ferreira de Souza, de 27 anos, ocorrida momentos antes do jogo entre Corinthians e o Vasco, em São Paulo, pela semifinal da Copa do Brasil, a Polícia Civil apresentou 32 detidos. Dez já foram liberados. Entre os 22 restantes - todos corintianos -, 14 foram autuados em flagrante nesta quinta-feira por formação de quadrilha, rixa com morte e danos ao patrimônio. Os outros oito ainda serão ouvidos e, possivelmente, autuados pelos mesmos crimes. Todos vão ficar presos. Segundo o Ministério Público Estadual, essa é a primeira vez que houve prisão em flagrante envolvendo torcedores de futebol no Brasil - como o crime é inafiançável, os acusados continuarão detidos. Com exceção dos corintianos, apenas um torcedor da Força Jovem, do Vasco, e outro palmeirense da Mancha Verde foram apresentados à Polícia Civil, mas apenas como testemunhas. Até o final da tarde desta quinta-feira, os policiais ainda não tinham informações dos vascaínos envolvidos na confusão ocorrida na noite de quarta.A Polícia Civil trabalha com duas versões para o confronto, ocorrido na altura da Ponte da Bandeiras, na Marginal Tietê, que provocou a morte de um torcedor e deixou oito feridos. Uma delas é que os torcedores do Corinthians, em um ônibus e quatro carros, prepararam uma emboscada ao comboio de 15 ônibus que trazia os torcedores vascaínos do Rio e era escoltado por 30 policiais. E a outra versão é que aconteceu um encontro casual entre as duas torcidas e, diante das provocações mútuas, houve a briga generalizada no meio da rua.Segundo a delegada Margarette Barreto, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, responsável pelas investigações do caso, no ônibus que levava torcedores do Corinthians foram apreendidos barras e canos de ferro, facas, rojões, granadas e roupas com vestígio de sangue. Ela ainda explicou que o veículo é da torcida Gaviões da Rua São Jorge, uma dissidência da Gaviões da Fiel, a principal organizada corintiana.