SÃO PAULO - A Portuguesa classifica como "muito estranha" a súmula redigida pelo árbitro Marcos André Gomes da Penha e que representa a principal peça da denúncia que o STJD deve apresentar na sexta-feira contra o clube pelo abandono de campo na partida contra o Joinville. "Além de ter sido manuscrita, ela não relata nada do que houve na partida. Parece que foi feita sobre outro jogo", critica o advogado José Luiz Ferreira de Almeida. A súmula, divulgada no site da CBF na terça-feira, foi a única de todos os jogos da primeira rodada da Série B publicada com a letra do próprio árbitro. Todas as outras súmulas foram digitadas. O árbitro relatou que os jogadores da Portuguesa saíram de campo aos 17 minutos do primeiro tempo e que Rogério Lico, filho do presidente Idílio Lico, informou ao delegado e ao quarto árbitro que a equipe não voltaria ao gramado da Arena Joinville. Marcos André Gomes da Penha não citou a existência de um documento da Justiça que justificasse a saída dos jogadores. O advogado da Lusa também disse que membros da Federação Catarinense afirmaram, ainda na sexta-feira, dia do jogo, que a súmula havia sido entregue em branco. "De uma hora para a outra, a súmula aparece mal escrita. É estranho." O departamento jurídico não quis antecipar a estratégia de defesa da Portuguesa antes de o STJD apresentar a denúncia - o que só deve ocorrer na sexta. A denúncia do procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, vai argumentar que o clube paulista simulou o recebimento de uma intimação por um oficial de justiça para sair do gramado. "Parece ter havido simulação sobre o cumprimento de decisão judicial", diz Schmitt. Nesse caso, a Portuguesa estaria infringindo o artigo 69 do Código Disciplinar da Fifa - que prevê as penas de multa, perda de pontos para o adversário e a exclusão do torneio. Essa é a possibilidade mais provável na denúncia do STJD. O advogado da Lusa reconhece que não havia ordem judicial, mas afirma que não era necessária. "Foram apresentados dois documentos no gramado: cópias da liminar favorável à Lusa e do requerimento para o adiamento da partida. Não havia necessidade de apresentar ordem judicial porque a CBF já havia sido notificada da liminar no dia 11 de abril."
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