Foi descoberta nesta semana a história de uma jovem de 18 anos que usou dados falsos para se passar por jornalista e frequentar partidas de futebol no espaço destinado à imprensa e até mesmo dentro do gramado. Seu nome é Luana Teixeira Santos.
Luana vivia em Bragança Paulista, declarava ser repórter da ESPN, setorista do Red Bull Bragantino e assessora de marketing do Corinthians. Desde 2023, se credenciou para inúmeros jogos, inclusive da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sem nunca ter publicado nenhum conteúdo além das redes sociais.
Em 2024, ela esteve como jornalista no Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança, durante boa parte do Campeonato Brasileiro. No mesmo ano, participou do podcast Papo Reto Esportes e confirmou a identidade que ela mesmo criou durante a entrevista.
Luana teria, inclusive, usado seu suposto cargo no Corinthians para fazer promessas a jogadoras da equipe feminina do Bragantino e chegou a fraudar documentos prometendo um estágio a uma estudante de jornalismo. Ela produziu um contrato com nome e CNPJ do time do Parque São Jorge e menção ao presidente do clube, Augusto Melo, onde se dizia responsável pela estagiaria. E fez o mesmo prometendo um estágio para a estudante na ESPN.
Ela mantinha um perfil profissional no Instagram em que publicava fotos como se frequentasse a redação da ESPN. As fotos seriam copiadas de outros perfis. Luana ainda chegou a divulgar imagens de um crachá falso da empresa.
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A farsa foi descoberta por meio de um grupo de WhatsApp de jornalistas femininas do qual faziam parte mais de 400 mulheres. Após ter ciência de que Luana se credenciava como profissional da empresa, a ESPN entrou em contato com Luana, que respondeu trabalhar com reportagem e produção, mas logo em seguida bloqueou o número da pessoa que lhe escreveu.
Ela também apagou seu perfil no Instagram. Ao Terra, a empresa, que faz parte do grupo Disney, afirmou que o caso foi encaminhado para o seu setor jurídico. O Corinthians declarou que Luana nunca foi funcionária do clube. A reportagem do Estadão procurou Luana, mas não obteve contato.
Depois que a história veio à tona, o grupo de WhatsApp das jornalistas femininas teve mais de 100 contatos retirados. Existem cobranças à CBF para que os credenciamentos para jogos sejam mais criteriosos, já que o atual protocolo estaria permitindo que outras pessoas se passassem por funcionários de veículos de imprensa de forma fictícia. O Red Bull Bragantino, inclusive, chegou a retirar mais falsos profissionais de dentro do gramado do seu estádio ao longo do ano passado.
