A torcida vai ocupar todos os espaços da velha e lendária Vila Belmiro neste domingo, às 11h, e fazer uma grande festa para mostrar sua gratidão aos garotos que reinventaram o Santos de tantas glórias. Primeiro, com as brilhantes atuações do ano passado, culminando com o título de campeão brasileiro, contra o Corinthians, depois de 18 anos, e agora com o futebol que apresentou em Cali, na Colômbia, na noite de quarta-feira, abrindo a Copa Libertadores da América. O time se mostrou devastador, como na época de Pelé, Coutinho e companhia. À Internacional de Limeira caberá o papel de coadjuvante. E se não tiver competência defensiva, corre o risco de sofrer uma goleada igual ou maior do que a de 6 a 0 diante da Portuguesa Santista. As pedaladas, dribles-elástico e chapéus de Robinho, o futebol cerebral de Diego, os gols de Ricardo Oliveira - cinco em quatro jogos - estão na boca do povo, em Santos. Nem bem terminaram as festas pelo título nacional do ano passado, já há um novo motivo para comemorar: o sucesso internacional dos garotos que surgiram há pouco mais de seis meses e já são cobiçados pelas grandes potências do futebol mundial. Segundo insistentes comentários na Vila Belmiro, grandes clubes como os espanhóis Real Madri e Barcelona e os italianos Milan, Juventus e Roma, estão interessados nos garotos. "Deus tem sido generoso demais com o Santos ultimamente. Acho que é para compensar os 18 anos de sofrimento à espera da conquista de um título importante. Surgiram Robinho, Diego e esse Alex, um zagueirão. Ganhamos o brasileiro, nossos jogadores foram aplaudidos como autênticos artistas pelos torcedores colombianos. E até temos acertado nas contratações. Pegar um centroavante tão bom quanto o Ricardo Oliveira, e sem gastar um tostão, só pode ser presente dos céus. Até parece que estou sonhando", afirma um dos fundadores e o primeiro presidente da Torcida Jovem, a maior do Santos, Cosme Damião Freitas Cid, 47 anos. Competente e confiável - Depois do que fez contra São Paulo, Grêmio e Corinthians, nas fases decisivas do Campeonato Brasileiro do ano passado, e diante do América, em Cali, ninguém sabe até onde poder ir esse time com idade olímpica - menos de 23 anos - quase em sua totalidade. "Reencontramos o nosso verdadeiro futebol lá na Colômbia. Na hora em que estávamos na boca do túnel, a caminho do campo, Leão disse as suas últimas palavras. Falou que era naquele tipo de jogo que um time mostra se é ou não competente e confiável", conta Léo. "Nos dias anteriores, ele insistiu que a Copa Libertadores da América exige aplicação dobrada e que todos os jogadores se multipliquem em campo. Também falou muito que como campeão brasileiro e pela maneira que conquistamos o título, não temos motivo para temer nenhum adversário fora do Brasil e que os times mais fortes estão aqui mesmo. Tudo o que ele disse deu muita força ao grupo", diz Léo.