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São Paulo em 2024: o que esperar do clube em ano de desafio financeiro e após ‘fico’ de Lucas Moura

Em meio a paz na política, time do Morumbi terá logo em fevereiro a Supercopa contra o rival Palmeiras e precisa superar desconfiança em jogos como visitante

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Foto do author Marcos Antomil
Atualização:

A temporada de 2023 vai ficar marcada na memória do torcedor do São Paulo. Neste ano, o clube conquistou a inédita Copa do Brasil, voltando a erguer um troféu nacional após 15 temporadas. De quebra, a equipe contratou o ídolo Lucas Moura e a estrela internacional James Rodríguez. Mas quem se destacou mesmo foram Jonathan Calleri e Lucas Beraldo.

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Para 2024, o São Paulo terá logo de cara uma disputa inédita: a Supercopa do Brasil. O duelo será com o rival Palmeiras, campeão brasileiro. O palco do jogo ainda não foi definido, mas a data já pode ser assinalada no calendário: 3 de fevereiro. Além do torneio, a equipe do Morumbi terá pela frente Paulistão, Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.

O torneio continental tem um peso extra em 2024. Isso se deve ao fato de esta edição ser a última a indicar um clube para o novo Mundial de Clubes da Fifa, que envolverá 32 times e será disputado em 2025, nos Estados Unidos. A participação nesse torneio gerará uma enorme vantagem financeira e publicitária para as equipes participantes, pelo menos as brasileiras.

Calleri exibe o troféu da Copa do Brasil, conquistado sobre o Flamengo, no Morumbi. Foto: Marcello Zambrana/ AFP

Na política, a temporada de 2024 ainda marca o inicio do segundo mandato de Julio Casares como presidente do São Paulo. Ele foi reeleito em dezembro e continuará à frente do clube tricolor até o fim de 2026. Até aqui, Casares tem forte apoio de associados e membros do Conselho Deliberativo no Morumbi. Ele trabalha para colocar as contas em dia e tem um time forte nas mãos de Dorival Junior.

Como foi a temporada 2023 do São Paulo?

Em 2023, o São Paulo atuou em 71 partidas, conquistando 34 vitórias e 17 empates. O time sofreu 20 derrotas. O aproveitamento foi de 55,9% em um ano que contou com dois treinadores. Rogério Ceni começou a temporada claudicante e foi substituído por Dorival Junior, que conduziu o time até o título inédito da Copa do Brasil e também fez a diferença.

Na estatística das bolas nas redes, a equipe tricolor anotou 92 gols e sofreu 58. Isso representa uma média de 1,3 gol marcado por jogo e 0,8 gol sofrido a cada partida. Esses números não são os melhores do Brasil, mas demonstram uma equipe mais equilibrada. Sob o comando de Rogério Ceni, foram 17 jogos, com nove vitórias, quatro empates e quatro derrotas até abril. Um aproveitamento de 60,7%. O São Paulo foi eliminado nas quartas de final do Paulistão pelo Água Santa, de Diadema, mas o ex-goleiro deixou a equipe ainda em boas condições na Copa do Brasil e na Sul-Americana. O Brasileirão tinha apenas uma rodada disputada.

Dorival Junior levou o São Paulo à conquista da inédita Copa do Brasil. Foto: Felipe Rau/ Estadão

Com Dorival Junior, o São Paulo fez 54 jogos, obtendo 25 vitórias, 13 empates e 16 derrotas. O aproveitamento geral caiu e foi de 54,3%. Um dos principais motivos foi a incapacidade de a equipe ganhar como visitante no Brasileirão. O clube só se saiu melhor no último duelo fora de casa da temporada, vencendo o Bahia por 1 a 0, com gol marcado já nos acréscimos.

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Nesse período, Dorival levou o time às quartas de final da Copa Sul-Americana - caindo para a campeã LDU, do Equador - e à 11ª posição no Campeonato Brasileiro. Na Copa do Brasil, deixou rivais de peso, como Palmeiras, Corinthians e Flamengo, para trás para ganhar o inédito título. Ganhar a Copa do Brasil deu tranquilidade a todos no Morumbi.

Destaques de 2023 e projeções para 2024

Nas quatro linhas, o São Paulo teve alguns bons destaques. O goleiro Rafael deu conta do recado e fez defesas importantes. Ele se firmou na posição que tinha um buraco desde a saída de Ceni. Nas laterais, Rafinha e Caio Paulista deram uma consistência relevante à defesa e apoio ao ataque. Pablo Maia e Rodrigo Nestor oscilaram, mas terminaram o ano em alta. Os jogadores mais decisivos, no entanto, foram o atacante Jonathan Calleri e o zagueiro Beraldo.

Beraldo desperta o interesse do futebol europeu e deve ser negociado por aproximadamente 20 milhões de euros. O Paris Saint-Germain surge como o principal concorrente. Calleri, por sua vez, tem identificação com o São Paulo, mas está insatisfeito por atrasos nos direitos de imagem, bônus e luvas. Julio Casares terá de resolver isso os primeiros dias de janeiro, até para não deixa a insatisfação no elenco crescer. Ainda não chegaram propostas pelo argentino, que tem contrato até 2025. Outros que devem mudar de ares são Caio Paulista, Pablo Maia, Nestor e Welington.

No mercado, o São Paulo procura um reserva para Calleri e já acertou a permanência de Lucas Moura para 2026. Outros reforços acertados são o volante Luiz Gustavo, o meia paraguaio Damián Bobadilla e o atacante Erick. O grande desafio de Dorival é montar um elenco mais enxuto e encontrar uma forma de James Rodríguez se tornar útil.

Desafio financeiro e novas receitas

O São Paulo deve fechar 2023 em déficit. Até setembro, o acumulado era um resultado negativo de R$ 97 milhões. O orçamento de 2024 prevê uma arrecadação de cerca de R$ 170 milhões em vendas de atletas e considera que o time deve chegar à final do Paulistão, quartas de final da Copa do Brasil e da Libertadores e ficar em sexto lugar no Brasileirão.

Há vários motivos para o torcedor do São Paulo ficar mais animado: a participação garantida na Libertadores e na Supercopa - que garantem dinheiro extra em caixa, cerca de R$ 20 milhões -, a venda dos naming rights do Morumbi para a Mondelēz, a negociação com a Live Nation para abrigar shows no estádio e os novos acordos de patrocínio e fornecimento de material esportivo.

Morumbi será rebatizado após acordo milionário do São Paulo com a Mondelez. Foto: Carla Carniel/ Reuters

A venda dos naming rights do MorumBIS - novo nome do estádio - para a Mondelēz deve gerar uma arrecadação anual de R$ 30 milhões. O contrato é válido por três temporadas, totalizando R$ 90 milhões. Inicialmente eram R$ 75 milhões. A camisa do São Paulo terá sensíveis alterações, a New Balance substitui a Adidas como fornecedora de materiais e a Superbet como patrocinadora máster no lugar da sportsbet.io.

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O novo patrocínio promete aumentar em R$ 28 milhões o valor da camisa tricolor. O clube passa a receber R$ 52 milhões anuais da casa de apostas em um contrato de três anos. Já o contrato com a Live Nation Entertainment gerará um aumento de R$ 12 milhões por ano nas receitas do São Paulo.

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