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São Paulo e Tite: falta pouco para acordo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Tite desembarcou em São Paulo às 14h18 no aeroporto de Congonhas. O treinador foi direto se reunir com o presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa, e o diretor de Futebol, Juvenal Juvêncio. Os três tinham o mesmo objetivo: levar Tite a comandar o milionário time do São Paulo. Depois de três horas de conversa, o tom era favorável e estava próximo de um acerto. Mas o impasse permanecia. A dificuldade maior era a financeira. Por sugestão do seu empresário Gilmar Veloz, Tite tinha a disposição de pedir R$ 150 mil mensais. Só que os dirigentes paulistas sabiam que seu salário em Porto Alegre não passava de R$ 85 mil. A contraposta que Marcelo e Juvêncio insistiam em fazer era de R$ 100 mil. As duas partes, como é muito comum, se mostravam resistentes a princípio. Marcelo Portugal Gouvêa evitava conversar até com conselheiros, com medo que eles passassem para a imprensa a sua convicção: Tite era a solução para o instável elenco que montou. O presidente ficou muito impressionado não só com o trabalho do treinador no Grêmio, como pelo seu comportamento ético: não aceitou conversar com o dirigente enquanto não se desligasse do clube gaúcho. O presidente ficou satisfeito quando soube que Tite é mais exigente com os jogadores do que o demitido Oswaldo de Oliveira. Seu medo era que estivesse contratando outro treinador ?amigo demais? dos atletas. Enquanto isso, o treinador gaúcho queria tirar uma grande dúvida que amigos fizeram chegar aos seus ouvidos, de que a diretoria interferiria no seu trabalho. O maior exemplo foi a contratação e o não aproveitamento do uruguaio Lugano, que acabou sendo o pivô da demissão de Oswaldo. Mas Tite ficou aliviado ao saber que o improvisado treinador Rojas pôde fazer o que bem entendeu com Lugano. Tanto que o deixou na reserva. E não titubeou em afastar do elenco Gabriel, o lateral que foi criticado demais por Portugal Gouvêa. Juvenal Juvêncio, que tem tanta ou mais influência na vida política do clube que o próprio presidente, afirmou a conselheiros que o São Paulo ficou tempo demais sem treinador. Nesta quarta-feira completou um mês. Embora todos tenham ficado surpresos com o desempenho de Rojas - o time venceu três jogos, empatou três e perdeu um -, na prática o São Paulo acabou eliminado da Copa do Brasil, empatando com o Goiás no Morumbi. A impressão dos dirigentes é que faltou um treinador vivido para o comando da equipe. A cúpula do São Paulo decidiu que Tite é a melhor para o clube desde o fim da semana passada. A princípio, Portugal Gouvêa pretendia contratar Tite, mas Juvenal Juvêncio sonhava com Leão, que decidiu não sair do Santos. Depois soube que Toninho Cerezo seria muito mais barato do que Tite. Só que foi convencido por Portugal, de que valeria gastar um pouco mais e bancar o treinador gaúcho. A discussão entre Tite e a diretoria do São Paulo progredia durante a noite. A intenção era mesmo fechar contrato e já traçar planos até o final do ano, fazendo a apresentação do treinador para a imprensa nesta quinta-feira. A confiança era tão grande que ele havia avisado a sua família que não voltaria nesta quarta à noite para Porto Alegre. Mas antes precisava acertar a questão fundamental: seus salários.

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